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Cartas-->18. AO MEU PRIMO GUSTAVO -- 04/05/2001 - 08:22 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Caro Irmão:

Cheguei à conclusão de que a nossa vida poderia ter sido melhor aproveitada. Não fosse por tão curto tempo, ainda que eu continuasse por aí mais dez ou vinte anos, ainda assim não teríamos podido ficar juntos, porque suas aspirações não coincidiam com as minhas.

Deixe-me explicar, porque posso estar deixando entrever uma rusga qualquer entre nós. Ao contrário, nós nos estimávamos como irmãos, tratamento que fiz questão de dispensar-lhe acima. É que a minha contextura psíquica estava muitíssimo mais voltada para os estudos e para os esportes, enquanto você fazia questão de ajudar seu pai nas questões de negócios, na loja que lhe fora prometida como herança, por ser filho único.

As coisas não chegaram ainda a concretizar-se totalmente, neste aspecto, mas o que vem acontecendo, financeiramente, lhe está sendo muitíssimo mais proveitoso. Se meu Tio ainda goza de excelente saúde e administra o antigo comércio de armarinhos, também foi sensível a ponto de lhe emprestar substanciosa quantia com a qual você montou sortida loja de tecidos e confecções.

Gustavo, não estranhe que estou a par de todos os seus negócios. Não se assuste também se lhe denunciar algum sucesso menos feliz de suas realizações carnais, pelo muito que o estimo e pela promessa que fiz a mim mesmo e que pretendo cumprir de ajudá-lo a vencer as barreiras morais que estão em fase de crescer à sua frente, em todos os setores de suas atividades, quer familiares, quer profissionais.

Curto e grosso: deixe de assediar as funcionárias, porque você é um homem casado e pai de família; também não explore seus empregados.

Claro que você está obtendo certos êxitos de caráter libidinoso, porque as moças são pobres e você possui bastante dinheiro. Mas não se iluda: tudo o que praticamos na vida, aqui no etéreo é cobrado, se não de imediato, com certeza quando a gente percebe que existem seres mais felizes que nós, de modo que crescem as nossas novas aspirações. Aí vamos examinar o que está retendo-nos num mesmo círculo fechado de acontecimentos desagradáveis e verificamos que são os impulsos que um dia nos fizeram praticar certos atos abusivos e que ainda se constituem em uma força negativa a nos arrastar para a incompreensão dos desníveis que existem entre as criaturas. De modo particular, vou avisando desde já, caro Gustavo, parece de propósito que os nossos subalternos vão ocupando aqui postos mais graduados e a quem temos de estender mãos súplices, o que nosso orgulho nem sempre está preparado para fazer.

Creio que estou falando demais. Pense no que disse e se disponha a reformar seu interior, abandonando a idéia de que os mais velhos também fizeram a mesma coisa e de que constituir uma nova família e contratar novos funcionários é apenas uma questão de dinheiro.

Que tal arrumar um tempo suplementar e, em lugar de sair com seus amigos (aspas), dedicar-se a algumas sadias brincadeiras com os meus priminhos? Você já pensou em quem foram eles anteriormente à presente encarnação? Eis um segredo que não podemos revelar, infelizmente. Mas não se utilize demasiado da imaginação. Trate-os com amor e carinho, eduque-os na fé cristã, aprenda e ensine as teorias espíritas e viva, ainda que menos afoito em seus empreendimentos, de forma mais consentânea com as diretrizes morais de Jesus.

Um abraço apertado e um pedido de perdão, deste que você reconheceu.

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