Pai amado, me tire deste caminho
Que não tenho forças para evitar
Insistindo, entre tropeços, em trilhar
Esta estrada onde anjos não se fazem vistos
O corpo, casca para a ferida que é a alma
Grita e se contorce, buscando o domínio
Lançando a mente ao total exílio
Em busca da luxúria que por minutos acalma
Ao final dos dias, perece a carcaça
Que carregou o espírito do ímpio
Anunciando o nascer de ecos de dor
Jorram, então, cachoeiras de sangue
Onde o anjo caído se banha
E se embriaga com eterno fervor
4 de fevereiro de 2003
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