CADÊ O SOM?

Ana Zélia



Tento ouvi-lo sem sucesso.

Busco na Musicoterapia, fonte maior do som e não encontro.

Pergunto:

_ O que seria som?



Música é som, as de ontem marcavam pelo sofrimento,

traições, vivências de seus autores ou personagens.

Outras cantavam histórias de suas cidades, do sertão sofrido...



Hoje virou carta embaralhada por péssimos jogadores.

As músicas, sem som, sem letras viraram baticum ou um amontoado de

palavreados que irritam qualquer ser...



Vamos ressuscitar os grandes de outrora.

Dalva, Herivelto, Vicente Celestino, Altemar Dutra...

Onde andam Angela Maria, os Agnaldo Rayol e Timóteo, Geane com sua “Dominique”.

Maysa, Dolores, ELIS REGINA, Clara Nunes, Jessé, Luiz Gonzaga, Jair Rodrigues.

Eles não reencarnam nesta leva de autores, cantores,

talvez por que sejam como as árvores ocas que só fazem roncar...

Alguns são exceção, vendem bem no mercado...

Ah! Saudade de um tempo onde o som se fazia ouvir em forma de músicas.

Saudade dos Corais da minha terra,

que contavam histórias fantásticas

“Caboca do Tarumã” Pedro Amorim, Tambatajá, Foi boto Sinhá, Boto do Rio,

de um Paraense que cantou e encantou: Waldemar Henrique.

Até Porto de Lenha conta a vida de nossa Manaus querida.



Estou envelhecendo,

contrariando a frase maior da Musicoterapia:



“QUEM CANTA NÃO ENVELHECE”

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Manaus, 24 de agosto de 2014.



Nota da autora-Posso não gostar de dança, de artes marciais e outras tantas, mas adoro cantar, representar.

De repente a única coisa que estou fazendo sem imposições do sistema, começam a preocupar.

Horário rígido a quem fez isto a vida inteira,

um tratamento não adequado aos idosos, fere princípios, não somos canalhas, nem moleques.

Mas...

Manaus, 25 de agosto de 2014. Ana Zélia