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Artigos-->23. VONTADES E DESEJOS -- 31/03/2002 - 09:12 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Não se coaduna com espíritas verdadeiros o que iremos falar a respeito das pessoas em geral. É que quem veste a camisa do Espiritismo sabe distinguir as reações psicológicas, dando a cada tipo de vontade ou de desejo a conotação especial relativa aos defeitos e às qualidades morais que estão em jogo. Aliás, dificilmente encontraremos dentre os possíveis leitores que descrevemos sutilmente, através do respeito de que impregnamos os textos, algum que possa enquadrar-se segundo as características que devem possuir as pessoas aqui consignadas.



Eis que nos deparamos diante de um dilema assaz sério, porque o nosso medo de ofender talvez venha a nos impedir de relacionar os excessos que possam causar transtornos psíquicos a certas personalidades, a ponto de arremessá-las nas profundezas abissais das regiões de sofrimentos do etéreo, regiões que se reservam para os criminosos de todo tipo. A verdade, porém, é que muitos suspeitam que bastam alguns deslizes, certos desejos pueris, certas vontades egoísticas, para que venham a se sentir relegados pelos espíritos de luz, permanecendo indefinidamente nas zonas de sofrimento do Umbral.



Vamos acreditar, primeiro, em que Deus é pai de misericórdia e que sua justiça se faz independentemente de nosso próprio julgamento. Sabemos, porque assim está divulgado entre os participantes do movimento espírita, que, no etéreo, vale para cada um o seu próprio parecer, desde que emitido com honestidade. Ora, se as pessoas não dominam os padrões médios do proceder evangelizado, tendem a julgar os seus defeitos mais graves ou mais leves do que na realidade são. É aqui que cresce em importância a observação de que existe um tribunal no mundo objetivo para determinar a cada egresso no mundo espiritual toda a extensão dos males que praticou e, conseqüentemente, efetuar a crítica de sua existência, apensando ao processo todo o retrospecto das performances anteriores, o que implicaria na soma dos defeitos que não foram suplantados ou na subtração dos que se venceram através da luta pelo progresso.



Mas existirá de fato esse momento cármico de tremenda tensão? Existirão grupos de espíritos formados em Direito Constitucional do Universo encarregados pelo Senhor de efetuar os julgamentos das almas que se desprendem através da morte? Não será bem mais lógico conceber que espíritos mais evoluídos se preocupem com os problemas específicos de sua esfera existencial e não com os desejos e as vontades dos seres inferiores? À vista destas considerações, não deveremos concluir pelo interesse de todos os que se situam em planos mais elevados em esclarecer como enfrentar e vencer os vícios do procedimento incompatível com as leis naturais, ao invés de ficar apontando um dedo feroz e insensato para o coração debilitado de quem sabe que está em débito relativamente ao empenho que não dedicou para o saneamento das deficiências de caráter?



O que estamos tornando mais ou menos claro é que todos têm consciência perfeitamente capaz de avaliar o desempenho da vida toda, não para estabelecer padrão médio de comportamento mais ou menos evangelizado, mas para definir com exatidão quais os erros que cometia e que deixou de praticar, tendo assimilado todo o processo da aquisição, da extensão, das conseqüências e da purificação da personalidade, quanto a algum desejo deturpado pelo egoísmo ou alguma vontade cujo atendimento só pudesse fazer-se mediante o prejuízo dos interesses mais sadios de algum semelhante, aquele mesmo próximo que Jesus nos ordenou que amássemos.



Aqui nos deparamos com uma verdade fundamentada na aplicação dos conceitos por generalização e por transferência, porquanto, se, para determinados temas morais, nos valemos das diretrizes da “salvação”, por meio do uso do sentimento da caridade, por que não o faríamos igualmente tendo em vista todo o conjunto da moralidade que alcançou nossa alma estabelecer como passível de adiantamento?



— Por que vocês não dizem logo que a consciência só tem o seu valor reconhecido, quando sabe aplicar os conceitos e demais regras do Espiritismo, o que desobriga a comunidade espiritual de qualquer julgamento, pautando seu grau de receptividade do recém-chegado pelo teor das vibrações energéticas em consonância com as próprias, ou seja, com o direito de abraçá-lo em plena comoção de felicidade, propondo-se a agasalhá-lo em seus lares no etéreo, até que se restabeleçam dos transes e perturbações que a morte sói causar, oferecendo-se como protetores e benfeitores, tendo em vista a amplitude dos bens que se fizeram em equilíbrio com os males que se evitaram?



Então está dito, virtual opositor nosso, embora tenhamos de acrescentar que mesmo os mais perversos, os que cederam a todas as vontades do egoísmo, do orgulho e da vaidade, e cumpriram todos os desejos da ira, da gula, da preguiça e demais defeitos relacionados entre os pecados capitais e veniais, também possuem aqueles companheiros menos infelizes que se condicionam ao auxílio dos que amam, não descansando jamais até que alcancem realizar a proeza de fazer os amigos ascender até o patamar existencial ocupado por eles.



— Mas essa perspectiva não deixa de oferecer aspectos muito nítidos de forte sofrimento, pelo imperativo de um desejo sadio e de uma vontade tenaz!



Verdadeiramente, mas também não está aqui quem asseverou que todos os espíritos que nos acolhem em seu seio ou que desejariam fazê-lo sejam perfeitos. Navegamos pelas mesmas águas da existência, uns mais, outros menos equipados, mas todos na expectativa de cumprir, em sua área de atuação, os desígnios do Senhor expressos nas leis superiores que nos propugnam a realização de uma obra generosa e pura, para mergulharmos de vez na sabedoria.



Talvez não tenhamos conseguido tornar esta página um estímulo para o crescimento da fé e da esperança baseado no exame de consciência necessário e obrigatório que ficou subjacente a esta pregação; mas o nosso esforço será recompensado se os amigos leitores não se tiverem melindrado e tenham firmado o propósito de ir nesta leitura até o fim.

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