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Artigos-->Acidentes de trânsito -- 20/04/2015 - 20:25 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Acabei de ler o livro ‘O fim da pólio. A campanha mundial para a erradicação da doença’, com fotos de Sebastião Salgado, textos de várias personalidades envolvidas no assunto, tais como Siddharth Dube. Este livro chegou-me às mãos pelo amigo Aires Neves, vítima da poliomielite ainda na infância.

Sebastião Salgado registra com mestria a saga das equipes para vacinar crianças na Índia, Congo, Sudão, Paquistão e Somália. Além da precariedade de veículos, veículos, os agentes de saúde tinham que percorrer longas distâncias para contatar as crianças além dedistâncias demasiadas longas para contatar as crianças, os agentes de saúde tinham que driblar os conflitos étnicos, chegando mesmo a serem feridos ou mortos.

O livro traz relatos de pessoas que conviveram com parentes ou amigos que contraíram a doença. Falam das dores desses doentes nas sessões de fisioterapia e da eterna esperança de um dia voltarem a correr ou jogar bola com os amigos.

- Papai, quando o senhor acha que vou voltar a correr? – Frase do irmão de Siddharth Dube.

Outro trecho de arrepiar, relatado por Chris Zimmerman:

- Enquanto estávamos conversando com ele (nosso anfitrião), ouvimos o ruído de um helicóptero não muito distante e, em seguida, uma série de explosões. Olhamos para nossos anfitriões e eles nos asseguraram que tudo estava bem, que aquilo estava acontecendo bem longe: “São só algumas bombas”, disseram.

À medida que folheava o livro simultaneamente uma tensão e um alívio foi tomando conta de mim. Tensão porque as fotos passam a mensagem de dor, pobreza e desespero dos pais e crianças na hora da vacinação. As fotos têm uma composição que nos transporta para dentro da situação. Alívio porque não contraí essa doença, embora na minha infância eu tenha convivido com vários colegas afetados. Alguns tinham o pé torto, outros a perna ‘mais curta’ e andavam apoiando a mão no joelho da perna doente para se equilibrar e eram ótimos parceiros de bola de meia no campinho de areia fofa e branca.

Quando Aires m’deu o livro conversamos muito sobre a doença. Ele me falou como a contraiu e contou um pouco da sua história. Aliás, agora faço parte da história dele: ele é meu chefe. Falou também de homens mundiais que contraíram a doença, como o ex-presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt. Falou com entusiasmo que:

- ...em 1957, em plena Guerra Fria, a União Soviética aceitou receber a vacina dos americanos. Imagina a grandiosidade desse gesto, receber vacina do inimigo... Sabin esteve no Brasil por quatro vezes, e numa das visitas conheceu Heloisa de Abranches, com quem ficou casado até morrer, 1993.

Debatemos que a pólio só foi erradicada porque era uma doença democrática, qualquer criança podia pegar, fosse pobre ou rica. Assim como a AIDS, que também não distingue classe social. Eis a razão de o analfabetismo não ser erradicado. O rico não o contrai do pobre.

O sábio Aires encerrou a conversa dizendo que na nossa infância a pólio era o mal que mutilava a juventude. Hoje são as drogas e os acidentes de trânsito.

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