— “Preciso de algum tempo p’ra pensar,
Porquanto o sofrimento vai ser grande.
Espero que o moral não mais desande,
Se o bem que me ocorrer for devagar.”
Perguntou-lhe o mentor: — “Quer que se abrande
A fúria da consciência? Veja o mar,
Que se rebela e volta ao seu lugar,
Que o mal que se arrepende não se expande.”
Mas se esqueceu o gajo que sofria,
Quando se via só na escuridão,
E despediu o velho que atendia,
Que o pensamento só dizia “não”
Para o sofrer das dores na agonia
De se saber injusto e pobre, em vão.
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