Usina de Letras

A frase acima é do Governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), dita no dia 18 de fevereiro de 2016, após a denúncia de que foram fechadas mais de mil e duzentas salas de aulas no Estado em 2016. A alegação do Governador é a de que a população jovem e em idade escolar vem diminuindo ano a ano e portanto não há razão para manter sempre o mesmo número de salas de aulas. Mas será? Sabemos perfeitamente o quanto é ruim a qualidade do ensino no Brasil, principalmente em São Paulo, onde não há repetência. E uma parte considerável da culpa pela má qualidade é justamente o grande número de alunos numa mesma classe. Salas lotadas e sem a menor condições para o ensino. Embora o número de alunos realmente tenha diminuído nos últimos anos, ainda sim está muito acima daquilo que é adequado para uma boa aprendizagem. Não devemos esquecer que nos países de primeiro mundo há um número reduzido de alunos por classe. Mas na visão do governador, poucos alunos em sala de aula não traz nenhum benefício e é na verdade “dinheiro público desperdiçado...”. No entanto, a verdade é outra. Alckmin, como a maioria de nossos governantes, numa visão retrógrada, não pensam efetivamente no Brasil. Querem, pelo contrário, que a população seja semianalfabeta, pois assim fica mais fácil manipulá-la e fazê-la de idiota. O nosso “querido” governador parece não ser capaz de enxergar que dinheiro investido em educação nunca é desperdício, pois só a educação é capaz de construir uma sociedade melhor e um país mais igualitário, justo e desenvolvido. Mas isso custa muito e não traz retorno político imediato, como obras faraônicas e de grande impacto. Aliás, investir na educação só traz retorno de longo prazo. Mesmo que se justificasse a crise econômica pela qual o país vem passando, ainda sim a educação deveria ser a última área a sofrer cortes e não a primeira. Infelizmente, Alckmin está perdendo a chance de mostrar que é diferente de todos seus antecessores e portanto merecia ocupar o cargo mais importante desse país, a presidência. É uma pena.