Usina de Letras

Ainda é cedo para afirmar quais serão as consequências para o futuro do ex-presidente Lula a ação da Polícia Federal deflagrada na sexta-feira, 04 de março, e na qual houve busca e apreensão nos supostos imóveis do ex-presidente, condução coercitiva às dependências da PF para prestar esclarecimentos do próprio Lula e de várias pessoas próximas. Embora não parece haver relação com as denúncias publicadas na revista ISTOÈ, a qual transcreve a delação premiada de Delcídio do Amaral, é no mínimo estranho que uma ocorra um dia após a outra. Talvez seja apenas uma coincidência, mas mesmo assim não deixa de ser um tanto esquisito, principalmente da forma como foi feito. Mas isso não muda o fato de Lula ter sido levado até a Polícia Federal para esclarecimentos. Os investigadores insistem em dizer, embora ainda não tenham apresentado provas, que Lula recebeu, mesmo que indiretamente, recursos provenientes do esquema de corrupção da Petrobras. E se de fato isso ficar comprovado acaba com qualquer pretensão do ex-presidente de voltar a ocupar a presidência da República. Com os desdobramentos da Operação Lava a Jato, a qual envolve cada vez mais pessoas mais próximas de Lula, as chances de se tornar um candidato viável em 2018 sofreram um grande revés. Agora com as denuncias pairando sobre o próprio, não me parece que haja condições dele se candidatar. A não ser que fique provado que ele não cometeu nenhum crime e que tudo não passou de uma conspiração. Se de fato isso vier a ocorrer, o que me parece improvável, ele pode dar a volta por cima, pois depende de outros fatores. E o maior deles é: o impeachment da presidenta Dilma, o qual foi ressuscitado com as denuncias de Delcídio. Se ele de fato ocorrer é o fim do PT e do lulismo. E só um fato muito relevante é capaz de salvar a presidenta da perda do mandato. E no horizonte próximo não há a menor perspectiva de que esse fato venha ocorrer. Portanto, Lula e Dilma estão com a corda no pescoço, faltando apenas alguém empurrá-los.