Um dia, avaliou que a sanidade
Lhe dava condições de raciocínio.
Não viu que estava pobre o tirocínio,
Mas foi capaz de ver certa verdade.
Encarregou alguém desse escrutínio,
A ver o que teria validade
Dentre as razões que dera à tal maldade,
Para exercer na vida o vil domínio.
E foi logo dizendo num repente:
— “Padeço deste mal por ser honesto
Nas crises em que expus, devidamente,
“O desagrado interno mais molesto
Aos seres que me viam pela mente
E agora sentem medo, pois me apresto.”
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