Ficou sozinho o gajo a meditar
Nas falas e nas mágoas que causou:
— “Será que devo sempre dar meu ‘show’,
Sem ter respeito algum, p’ra meu azar?...”
Mas não pensava rápido e passou
O tempo de rogar aos pés do altar,
De sorte que as lembranças de seu lar
Voltaram p’ra acordá-lo: — “Onde é que estou?...”
Verificou, então, estar sozinho,
Nem mesmo um sofredor ali vizinho
Com quem entabular conversação.
Os enfermeiros nunca mais vieram,
Nem seus remédios davam, pois não eram
Mais necessários para a salvação.
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