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Poesias-->41. PEDIU E RECEBEU -- 08/07/2003 - 09:15 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


— “Meu mestre, por favor, vem ajudar-me,

Que estou necessitado de conselho!

Preciso que haja paz para o desarme

Dos vícios que criei dês rapazelho:

Pensava que ofender me dava ‘charme’.;

Agora aqui me ponho de joelho

E rogo a ti e aos mais me perdoeis,

Para cumprirdes bem as justas leis!”



Notou o sofredor que, sobre o chão,

Mantinha um só joelho e não os dois.;

E deu mais sofrimento ao coração,

Que a luta era p’ra agora e não depois.

Mas não dobrou a perna, a dizer “não”

Ao sentimento tolo: — “Por quem sois,

Ó vós que me espreitais atrás da porta,

Na ânsia de saber se o bem se aborta!...”



Gostou o mestre amigo da proposta,

Fazendo-se presente ali no quarto:

— “O povo que te ouviu não se desgosta,

Embora da malícia esteja farto,

E quer que te ofereça esta resposta:

A dor de ajoelhar é como um parto:

Enquanto o sofrimento não termina,

Não vai nascer do amor a sã doutrina.”



— “Que devo, então, fazer p’ra suprimir

O medo que me faz tão precatado?

Se devo ser feliz lá no porvir,

O que devo mudar já neste estado?

Terei de as tuas aulas só ouvir

Ou devo assimilar o que arrecado

Dos fatos que me envolvem no presente

Para tornar-me são eternamente?”



— “Estás encaminhado e mais seguro

Das normas que nos trazem cá no etéreo:

Superas os assuntos com apuro

De quem já refletiu sobre o mistério.

Então, fica sabendo que hoje eu juro

Que irás sentir suave refrigério,

Mantendo essa postura de humildade,

Dizendo o coração: — O bem me invade!”



Gualberto pôs-se a rir como um cretino,

Na certa por se ver apaniguado.

Sentiu-se como quando era menino,

Nos braços da mamãe, com forte agrado.

Pensou que era feliz e fez um hino:

Vitória de conquista de soldado

Que fere os inimigos mas quer paz,

Apenas porque a guerra o satisfaz.



Mas não caiu no conto do perfeito,

Que o dia era puxado, impróprio a isso.

— “Se o mestre me der trela, olha que aceito,

Embora não compreenda o compromisso

Que tens para comigo, alma de eleito,

A não te perturbares no serviço.

Irás me dar guarida — sim ou não —,

Pois algo que não vi te dá razão?”



— “Pretendo fornecer-te o melhor trato,

Porquanto tu compreendes que não sofres.

A vida é quase sempre um bom contrato:

Os homens é que fecham nestes cofres

De ódio o coração. Se, de imediato,

Te peça que com lágrimas aljofres

As dores que causaste a tanta gente,

O que me vais dizer que o bem aumente?”



— “Teria alguém chorado assim por mim?”

— “Quem pensas que tu és p’ra perguntar?”

— “Suponho que saber não é ruim.”

— “Supor é bem que o homem deve amar.”

— “Pois sou o desgraçado que pôs fim

À vida num momento. O meu azar

É que não pude ver como deixei

Aqueles que feri da minha grei.”



— “Pois sabe que rolou profundo pranto

Dos olhos que te viram como filho.”

— “Não venhas me dizer que agora é santo

Aquele que me fez um maltrapilho,

Mendigo a mendigar um simples canto

Para pousar o corpo. Hoje eu me humilho,

Mas não perdôo o pai que Deus me deu,

Que não me perdoou, por não ser seu.”



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