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Artigos-->PASSAGEIRO SEM NOME -- 20/12/2016 - 15:31 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






Pôs a melhor roupa, soltou o cabelo, passou maquiagem e ligou para o número recebido. O celular tocou, até cair na caixa postal.  Apressou-se para pegar o metrô e ocupar o primeiro vagão. O trem chiou a um palmo de distância de seus pés. Lembrou-se da perna presa no vão da plataforma e entrou com cuidado. O primeiro vagão estava cheio de gente vazia, duas velhinhas conversavam em pé, porque as cadeiras reservadas aos idosos estavam ocupadas por jovens, que sorriam zombeteiros. Muitas pessoas penduradas nas barras de ferro  disputavam um lugar para colocar as mãos. Olhou atentamente. Com certeza, não era ele. Aquele homem não usava terno. Não era, portanto,  o cavalheiro que a ajudara no dia do acidente na plataforma. 




 Letreiros do túnel passam em película acelerada. O maquinista puxa as rédeas do cavalo de ferro e aos poucos, a  máquina perde velocidade: ‘Próxima estação, Estação Carioca. Desembarque pelo lado direito.   Next stop Carioca station, landing on the right side.’ Mal parou, sai o trem, imediato, e vai.  Repete a manobra, descreve todo dia o mesmo circuito. A moça tenta desembarcar, mas  não cabe entre os passageiros. Fica presa antes do vão da porta. Passou do ponto de descer. Na estação seguinte, arrastou a bolsa de uma senhora que se pôs a gritar: ‘Larga...larga...larga minha bolsa...’ A alça se rompe. A bolsa fica. Ravenala sai.




Sentiu-se só. Sozinha  na movimentada Barão de Rio Branco. Transeuntes vinham e outras iam, como rebanho de ovelhas sem pastor.  E cada rosto que passa, não deixa rastro da fisionomia. Ninguém conhece ninguém. Não sabe o nome que o outro  tem, nem onde mora. Tanto o nobre, quanto o pobre, não  tem nome. É apenas passageiro. Passageiro é seu nome.  ***




Adalberto Lima - fragmento de Estrada sem fim...



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