Bom velhinho*
Na minha infância, não conheci a ventura do "Bom velhinho"! Realmente, a pobreza (material e espiritual) em que vivia distanciava-me dele.
Narrei esse fato, com pormenores, no meu livro "Saudade".* Entretanto, a carência e o afastamento não conseguiram introduzir-me recalque, complexo, pessimismo ou sentimentos congêneres.
Aceitei tudo com resignação, honradez e crença, inabalável, na possibilidade de dias melhores. Claro está que ficou tristeza profunda, e essa não pôde deixar de ser registrada.
Curioso: hoje tenho convicção de que Papai Noel existe. Deus me permitiu fazê-lo presente na vida dos meus filhos, dos meus netos e de tantas pessoas queridas!
* Brasília, DF, 22/12/2016.
** Campinas (SP), Editora Komedi, 2007, pp. 110 e 111.
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