Usina de Letras
Usina de Letras
233 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140788)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6177)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->3. TIROS P’RA TODO LADO -- 16/07/2003 - 07:16 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Formosa rosa em botão

É flor que se vai abrir.;

É dessa forma que vemos

A vida de Wladimir.



Outro dia de trabalho

É este que hoje transcorre.;

Aproveitemos o dia

P’ra de amor tomar um porre.



Entre os diversos dizeres

Que, lá na Bíblia, encontramos,

É bem difícil de achar

Palavra de que gostamos.



É, pois, preciso cuidar

Nada lançar no papel,

De forma precipitada:

— Não creia em Papai Noel...



Abra espaço, bom amigo,

Para a reforma moral.

Não fique dependurado

Em beiradas de cristal.



Somos todos prisioneiros

De compromisso assumido.;

Pode ser que alguém escape,

Mas disso muito duvido.



Plantei cheirosa roseira,

No fundo do meu quintal.;

E quem olhar para ela

Se olvida de qualquer mal.



Roncava Juca, furioso,

Palavras de atroz vingança.;

Mas fugiu-lhe o desafeto:

Foi p’ra bem-aventurança.



Era Raquel o seu nome,

No tempo em que a conheci.;

Foi, porém, como Rosaura

Que com ela convivi.



Antigamente eu sabia

O que iria escrever.;

Agora mourejo à toa,

Sem saber o que dizer.



Chamo os poetas do etéreo

Que venham falar comigo:

Estou à disposição

Para lhes dar meu abrigo.



Reconheço: tenho muito

Que deverei aprender,

Mas continuo disposto

Ao sacrifício fazer.



Não irei decepcionar-me

Se falhar mais de uma vez.;

É que sei que tudo passa:

Não existe aqui “talvez”.



— “Estou à disposição” —,

Diz o médium, irmãozinho.;

Mas não consegue entender

Que agora fala sozinho.



Desde bem pequenininho,

Tenho tido experiência.;

Será que agora terei

De perder minha paciência?!



As atitudes que assumo

P’ra poder oferecer

Um pouco de regalia...

Não sei o que vá dizer...



Enquanto estou esperando,

Não me custará escrever,

Quiçá, vai dia, vem dia,

Algo possa surpreender.



Jamais compreendo de fato

O que acontece comigo:

Estarei realmente só,

Ou estará aqui um amigo?



Se qualquer coisa viesse

À beira do entendimento,

Por certo iria ficar

Isento de sofrimento.



O que muito me interessa

Conhecer, neste momento,

É a maneira usual

De ter aproveitamento.



“Como são belos os dias

Do despontar da inocência!”(1)

Acho que algo encontrei,

Bem no fundo da consciência.



Sinto que em tudo que escrevo

Existe o desejo imenso

De fazer algo que preste.

Será isso egoísmo,

Ou somente “cafajeste”?...



Estou com muita vergonha

De tempo estar a perder:

Sinto forte comichão

Para parar de escrever.



Temo que tenha perdido

Outra horinha preciosa,

Vendo se escrever consigo

Alguma coisa valiosa.



Meu forte poder de crítica

Não me permite dizer

Que tenho facilitado

As coisas p’ra outro ser.



Devo, portanto, encerrar

Toda esta minha aflição,

Bem certo de que algum dia

Vão me tomar pela mão

Para deixar registrado,

Sempre com muito cuidado,

Algo “em forma de canção”.



Temo que esteja perdido,

Que já não tenha perdão,

Que o meu coração amigo

Não consiga mais vibrar

Sem grande perturbação!



Escuto o som de um motor

Roncando forte na rua.;

Mas prefiro a solidão

De um céu cheinho de lua.



“Lua, rua” — é riminha

Demasiado “careta”.

Quero ver como me arranjo

Se estiver a coisa preta!



“Quem convive co’a” — miséria

“Irá ter algum” — valor?

“A coisa é bastante” — séria:

“É preciso ter” — amor!



“Este” — desapontamento

“Se algo nos falha na” — vida,

“Quer que estejamos” — atento:

“É luta” — reconhecida.



Atenuemos um pouco

Os momentos de tensão,

Fazendo ver ao irmão

Que, sem força de vontade

Da parte de algum dos seres,

Ninguém poderá chegar

A alcançar felicidade.



Mediunidade é renúncia,

Mas é também alegria.

Não fique, querido amigo,

Triste, triste — noite e dia.



Quem sabe bem esperar,

Com o coração na mão,

Um dia, vai alcançar

As terras da perfeição.



Estes últimos recados

Já se vão constituindo

Em bons frutos fora de época

Que se vão distribuindo.



Saber apanhar poesia

Há de ter um pressuposto:

Será preciso que o espírito

Também esteja disposto.



Não basta o médium saber

Distribuir as palavras,

Se este anunciante não sabe

Para que servem as lavras.



Queremos dizer com isto

Ser o sacrifício inútil.;

Não terá nenhum sentido,

Se o tema for muito fútil.







(1) Versos de Casimiro de Abreu (“Meus oito anos”), “in” As Primaveras.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui