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Artigos-->Para os que amam e os que denigrem a FEB -- 27/04/2017 - 13:27 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Para os que amam e os que denigrem a FEB


 


Por general Luiz Eduardo Rocha Paiva



 


Para os que amam e os que denigrem a FEB I


 


[25/04/2017]


 


Caros amigos e amigas,


 


Seguem trechos do livro "Monte Cassino" do Coronel Rudolf Bohmler, do Exército Alemão, na 2ª Guerra Mundial.


 


Eu não li o livro e os trechos que coloco a seguir retirei de umas páginas destacadas de um livro de um veterano da FEB, que foi do EM da 1ª DIE. O link na internet está depois dos textos.


 


O veterano destaca que os autores alemães fizeram poucas referências à Campanha da Itália e os que a comentaram focalizaram os mais altos escalões de Comando, sem dar maior atenção à representação do Brasil.


 


No entanto, o Coronel Bohmler, que comandou uma unidade da 1ª Divisão de Páraquedistas da Wehrmacht na Itália, publicou o livro supracitado, onde dedicou algumas páginas à atuação da FEB. 


 


O relato desse oficial alemão é o de alguém com inegável conhecimento de causa, não somente quanto à doutrina, tática e técnica militares, como também por ter vivenciado aquilo sobre o que escreveu. Saibam disso os que escrevem denegrindo a FEB.


 


Vejamos algumas referências que o coronel fez à FEB em seu livro :


 


1. "Sabe-se que não é fácil, para uma tropa não acostumada ao combate, ter de lutar contra veteranos experientes, com as divisões e regimentos alemães na Itália. O soldado brasileiro, no entanto, mostrou extrema boa vontade e satisfação, demonstrando, juntamente com seus oficiais, um grande desejo de lutar. Este fato é confirmado pelo Gen. Clark (pág. 308)".


 


2. "Finalmente, chegou o dia 15 de setembro. Durante a penetração na Linha Gótica [refere-se aos postos avançados da Linha], nas regiões Norte e Noroeste de Florença, a 6ª Força Tarefa brasileira [refere-se à FT com base no 6º RI - Regimento Ipiranga], sob o comando do Gen. Euclides Zenóbio da Costa, atacou, nesse dia, ao longo de uma frente de oito quilômetros, as posições alemães, obtendo terreno e tomando, entre outras, a cidade de Massarosa, nas proximidades do lago Massacincote".


 


3. "Durante o inverno rigoroso nos Apeninos etruscos, os soldados brasileiros, oriundos de um clima tropical, não tiveram condições fáceis de enfrentar. Neve e gelo, chuvas e tempestades, forçavam-nos a duras missões. Assim mesmo resistiram. Notável, nesse espaço de tempo, foi o ataque da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária, em meados de fevereiro de 1945 [refere-se a Monte castelo]. Na região de vergato, a divisão Brasileira avançou, lado a lado com a famosa 10ª Div. de Montanha [era a divisão norte-americana], contra posições da 232ª Divisão Alemã de Granadeiros, arrebatando-lhes o tenazmente defendido Monte Castelo (pág. 309)"


 


    CONTINUA EM PRÓXIMA MENSAGEM    


 



 



 


Concluo com o extrato de um artigo que escrevi a algum tempo: "Lembrai-vos dos Pracinhas"


 


"No Brasil, alguns analisam a FEB como se ela sozinha tivesse que ser decisiva na guerra e o inimigo fosse irrelevante. Ora, o seu papel foi tático, não estratégico. 


É surreal falar do combate e dos combatentes sentado à mesa, em uma cadeira confortável, diante de um computador, com um copo sei lá de que e envolvido pelo ar refrigerado. É preciso conhecer tática e história militar para opinar com conhecimento sobre a FEB, diante dos desafios que ela enfrentou. São muitos os que, por servidão intelectual, não questionam opiniões emitidas nas metrópoles culturais, por vezes preconceituosas ou que transferem responsabilidades pelos erros cometidos por seus compatriotas em comando. 


A FEB era apenas uma das divisões (na Europa eram 69 só dos EUA) de um dos corpos de exército, de um dos dois exércitos aliados, num TO secundário. Portanto, sua experiência é uma história de combate de pequenas frações, subunidades e unidades, como é a tônica em TOs montanhosos. Sargentos, tenentes, capitães e comandantes de unidades amadureceram e venceram o maior desafio do soldado - enfrentar o fogo inimigo com equilíbrio emocional, competência e coragem. 


 


Hoje, o preparo de uma força de paz de mil militares para o Haiti, onde a ameaça é de gangues armadas apenas de fuzil, leva seis meses. O Brasil de 1943 mobilizou 25 mil combatentes, em um ano, para enfrentar nada menos do que a Wehrmacht. 


A FEB foi a afirmação da dignidade nacional diante das afrontas nazifascistas afundando navios e matando mais de dois mil brasileiros. Nossos irmãos e irmãs Pracinhas honraram a Pátria com o risco ou o sacrifício da própria vida. Muitos não voltaram para viver as alegrias e conquistas de uma vida plena, trabalhando, constituindo família e criando filhos. Os que voltaram foram esquecidos. 


Infelizmente é como disse o Padre Antônio Vieira (1608-1697): se servistes à Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis, ela o que costuma."


General Rocha Paiva



 


Para os que amam e os que denigrem a FEB II


 


[27/04/2017]


 


Caros amigos e amigas,


 


(continuação de mensagem enviada ontem 25 de abril de 2017)


 


Seguem trechos do livro "Monte Cassino" do Coronel Rudolf Bohmler, do Exército Alemão, na 2ª Guerra Mundial.


 


Eu não li o livro e os trechos que coloco a seguir retirei de umas páginas destacadas de um livro de um veterano da FEB, que foi do EM da 1ª DIE. O link na internet está depois dos textos.


 


O veterano destaca que os autores alemães fizeram poucas referências à Campanha da Itália e os que a comentaram focalizaram os mais altos escalões de Comando, sem dar maior atenção à representação do Brasil.


 


No entanto, o Coronel Bohmler, que comandou uma unidade da 1ª Divisão de Páraquedistas da Wehrmacht na Itália, publicou o livro supracitado, onde dedicou algumas páginas à atuação da FEB. 


 


O relato desse oficial alemão é o de alguém com inegável conhecimento de causa, não somente quanto à doutrina, tática e técnica militares, como também por ter vivenciado aquilo sobre o que escreveu. Saibam disso os que escrevem denegrindo a FEB.


 


Segue outra referência do Coronel Rudolf Bohmler (veterano da 1ª Divisão Paráquedista alemã) à FEB em seu livro "Monte Cassino", completando as que fiz na mensagem anterior:


 


4. "A Divisão Brasileira fez-se notar mais uma vez, quando as forças do 5º Exército [EUA] flanquearam 


Bologna. Em fins de abril de 1945, quando a 1ª Divisão Blindada e a 34ª Divisão de Infantaria americanas efetuaram um avanço a oeste de Bologna, em forma de leque, através do vale do rio Pó, em direção a Milão e Turim, a 1ª Divisão Brasileira, responsável pelo flanco Sul, alcançou, em poucos dias, a distante cidade de Alessandria [nessa ocasião, a Divisão brasileira aprisionou toda a 148ª Divisão de Infantaria alemã, na região de Fornovo di Taro]. Esse avanço arrojado, colhendo o Comando alemão de surpresa, contribuiu para o rápido aniquilamento das forças ítalo-alemãs da Ligúria e, efetivamente, para a rendição incondicional do Grupo de Exército C, alemão".


 


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Do livro "Sob Fogo" de Michel Goya (BIBLIEx, RJ 2016), escrito em 1962, extraio o trecho a seguir:


 


"Na campanha da França em 1944, as unidades americanas demoravam cerca de vinte dias para se adaptar ao combate. Os homens tornavam-se então plenamente eficazes durante mais uns vinte dias [a partir daí a eficácia declinava]. --- O ponto de ruptura foi atingido após duzentos e quarenta dias de combate".


 


Comentários meus: 


 


1. É difícil estabelecer um período de permanência no front e o correspondente sistema de repouso, à retaguarda, antes de voltar à linha de contato. Assim, o sistema de rodízio depende muito de outros fatores e o normal é que as forças e seus combatentes permaneçam bem mais do que os quarenta dias que seriam o período ideal de permanência no front.


 


2. Na FEB, o 1º Destacamento (6º RI e algumas unidades de apoio) chegaram na Itália em julho de 1944 e entraram em combate  em meados de setembrocom menos de dois meses de adestramento final. Até o final de outubro, enfrentou e desalojou forças alemãs que cumpriam missões do tipo "PAG" (postos avançados gerais), a fim de retardar a progressão aliada à Linha Gótica (nos Montes Apeninos), de modo a dar tempo à preparação de uma forte posição defensiva nos citados montes. Ou seja, o batismo de fogo foi exitoso, mas o inimigo não tinha o propósito de não ceder as posições , pois elas não se prestavam a uma defesa em posição, como ocorreria na Linha Gótica.


 


3. O 2º Destacamento chegou na Itália em 06 de outubro de 1944, não completou o seu adestramento final, recebeu o armamento em 19 de novembro e entrou em combate em 29 de novembro, no terceiro ataque ao Monte Castelo, em plena Linha Gótica, e após a força americana ter sido desalojada de Mazancana, expondo o flanco esquerdo do ataque aos fogos do inimigo. 


 


4. A FEB permaneceu na linha de frente durante o inverno, quando as operações ofensivas de todas as forças aliadas foram suspensas. As constantes escaramuças e as patrulhas realizadas em dezembro, janeiro e fevereiro fizeram a adaptação do pracinha e das unidades brasileiras às ações de combate. Ao final dessa estação, participou ativamente da ofensiva da primavera até o final da guerra, em curva ascendente de eficácia, o que a caracteriza como exceção à regra do "ponto de ruptura" de 240 dias no front, pois ----





A FEB permaneceu ininterruptamente 239 dias em combate. Das Divisões dos EUA que combateram no Norte da África e Europa entre novembro de 1943 e maio de 1945, apenas 12 estiveram ininterruptamente mais dias no frontem combate.


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