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Artigos-->Anjos existem! -- 07/05/2017 - 22:11 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos







Anjos existem!





 




Quero falar de quatro casos em que a verdade chegou espontaneamente, sozinha, leve e sem obrigações que a forçassem aparecer. Sem questionamentos ou julgamentos. São verdades inquestionáveis por isso as guardei na memória. Não são verdades questionáveis tais quais as das escrituras sagradas, das sentenças dos tribunais ou dos palanques dos políticos. As que tenho para contar são diferentes, vieram do fundo da alma tal qual aquela verdade do amante apaixonado que, ao ver-se sendo abandonado pela mulher da sua vida, exala seu último suspiro: - “não vá, eu te amo!” Nem aquelas verdades recheadas de palavras selecionadas porque os noticiários escolheram de que lado deve ficar o telespectador.




A primeira verdade foi há tempo, quando o jornal de maior circulação de Brasília tinha a sessão de classificados. Num dos classificados de domingo, um homem publicou mais ou menos o seguinte: “Salve meu casamento, preciso de cinco mil reais emprestados”. Botou nome e telefone. Não explicou mais nada. Claro que não o telefonei. Assim como nas verdades das escrituras até hoje acredito que ele estivesse falando a verdade. Prefiro acreditar que algum anjo correu em seu auxílio.




A verdade é assim, quando ela chega a gente a diferencia como a joia de ouro puro e a bijuteria.




A outra verdade foi contada à minha amiga FG. Ela estava abastecendo o carro num posto de gasolina, quando se aproximou um homem, jovem e de boa aparência. Num primeiro momento ela ficou petrificada pensando que fosse um assalto. Eis o relato dela:




- Hoje um moço muito bonito, educado e bem vestido, mas sujo, e visivelmente ressacado, provavelmente de bebida ou droga, me abordou no posto de gasolina. Ele disse que bebeu a noite inteira, bateu o carro, foi preso por causa do bafômetro, passou a noite na cadeia. Soltaram-no depois do almoço. Eis que sem um puto no bolso, me pediu um trocado para voltar para a casa, no campus da UnB. Ele disse que o pai o mataria se soubesse que ele estava pedindo dinheiro. Fiquei penalizada, saquei 20 contos da carteira e entreguei pro moço, num ato de extrema consternação. Coitado, fodido demais! (Omiti alguns detalhes para preservar a identidade do rapaz)




A verdade foi tão cristalina que Fabiana a reconheceu e não hesitou em ajudar o rapaz. Ainda que não fosse verdade, sei que ela o ajudaria. Acredito nela, conheço seu coração de manteiga ao sol quente. Ela tem como causa de vida a luta pela adoção de crianças. Quem tem uma causa dessas não tem coração de pedra.




Esse jogo de falar a verdade é sempre vantajoso para quem fala e para quem ouve. Alivia as almas, torna os interlocutores confiáveis entre si e abre caminhos para soluções improváveis. Foi na verdade que a paz venceu guerras; amores jurados e amizades foram seladas.




Certa vez eu estava num bar no Núcleo Bandeirantes, uma cidade satélite de Brasília, quando chegou um moço e me pediu que pagasse a ele uma garrafa de cachaça. Respondi que se ele quisesse eu pagaria um almoço: - “Pinga eu não pago!” Foi então que ele me explicou:




- Moço, eu quero a pinga porque acabei de chegar em casa e peguei minha mulher com outro na nossa cama. Hoje eu quero beber todas.




- Respondi com sinceridade. - Esse é um bom motivo para encher a cara. Pode escolher a garrafa.




Ele escolheu uma cachaça amarelinha, destampou e dividimos o primeiro trago. Ele se foi com as mágoas engarrafadas. Os que ouviram a conversa desejaram boa sorte ao recém-corno.




A última verdade veio estampada no cartaz no peito deste rapaz da foto. Ele vende guloseimas no semáforo para ajudar nas despesas para o casamento. No cartaz tem a foto deles sorrindo, com a frase “Ajude-nos a casar, 13 de maio. O casamento foi a nossa escolha, um final feliz será o nosso destino.” Fica lá todos os dias o dia inteiro. Comprei-lhe alguns doces e perdi permissão para tirar esta foto. Ele posou com satisfação e me convidou para passar outras vezes e também para o casamento. Sujeito simpático, acho que por isso tem uma noiva.




Verdade que se preza vem sem rodeios, vem no peito e em letras garrafais. Se quiser ajuda-lo ainda dá tempo... A verdade está em vários pontos da cidade. Essa última vi no semáforo da Ponte do Bragueto.




Nesses casos relatados a verdade veio à tona diante de um momento de desconforto com relação ao amor e tendo o dinheiro como solução para aliviar o sofrimento.




Na busca da solução para o ‘desconforto’ essas pessoas do texto encontraram anjos terrestres que aliviaram seus sofrimentos... Sim anjos existem!



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