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Artigos-->Naufrágio político -- 18/05/2017 - 19:33 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos





A televisão iniciou o noticiário mostrando mais uma delação premiada em que vários políticos influentes foram acusados de se favorecerem com dinheiro da corrupção. Para esta nossa conversa não importa quem delatou nem quais os políticos citados.



A reportagem seguinte mostrou ao mundo mais um barco cheio de náufragos saídos da África. Não importa os nomes deles (perceberam que eles não têm nome?), são chamados apenas de refugiados ou náufragos. Também não interessa em qual país eles tentam chegar. Eles querem chegar... com vida.



Os políticos denunciados hoje imediatamente negaram os fatos. Desqualificaram os acusadores, quem divulgou os vídeos e o trabalho dos investigadores. Agindo assim, tentam sobreviver politicamente.

Os náufragos agonizantes tentam desesperadamente sobreviver que nem se preocupam em desqualificar os governantes que os fizeram fugir do país. Também não se importam com a imprensa ao divulgar suas imagens agonizantes ou os corpos de seus conterrâneos boiando nas praias.

O Brasil vive um momento impar em nossa história. Ao tempo que temos uma crise econômica com 14 milhões de desempregados, temos também uma crise política-policial onde já se encontram presos figurões outrora importantes no cenário político nacional, além de outros que estão sob investigação da Suprema Corte. Até um ex-Presidente da República já sentou na cadeira de réu perante a Justiça.



Os fugitivos da África nadam fugindo das guerras, da fome e das doenças que vitimam populações inteiras. Arriscam-se num mar de ondas gigantes que os assombram cada vez que adentram no mar aberto. São ondas assombrosas e famintas em busca de corpos e sonhos que se amontoam num bote superlotado.

Os políticos corruptos envolvidos nesta crise veem-se apequenados diante da onda de denúncias e provas incontestáveis que a televisão mostra quase ‘ao vivo’. Alegam-se inocentes tentando salvar sua carreira política e sua alma da penitência carcerária. Assombram-se com a prisão iminente mas resistem até soar o cadeado da cela fria ávida pelos seus sonhos.



Aqueles náufragos que estão sendo resgatados neste momento são vítimas dos desmandos de políticos inescrupulosos, de governantes defensores de políticas segregacionistas que beneficiam apenas a parte mais rica da sociedade. Pois, apesar da miséria cruenta, sempre existe alguém bem alimentado e bem vestido gozando de prazeres inconfessáveis. Aliás, não vemos nenhum político ou governante africano segurando-se nas beiradas dos botes nos mares revoltos.



Os nossos políticos envolvidos nesta crise adotaram políticas unilaterais para sua própria sobrevivência. Esqueceram as políticas acolhedoras e voltadas para o conjunto da sociedade. Hoje, nós brasileiros, diante da proliferação de políticos e partidos denunciados ou sob investigação, estamos tal qual aqueles náufragos à procura de quem venha nos salvar e nos leve a um porto seguro.

Enquanto fugimos dos políticos que se esqueceram das promessas de campanha e nos segregaram dos projetos políticos para crescermos junto com o país vamos nos defendendo dessa onda gigante que teima em engolir nossos sonhos, insiste em engolir nosso emprego, segurança, saúde etc.



Assim como aqueles refugiados sobreviventes terão nomes apenas quando chegarem a um porto seguro, os políticos que não citei, se sobreviverem, terão seus nomes revelados nas urnas das próximas eleições. Se não estiverem lá é porque terão sucumbido a um naufrágio político.



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