Usina de Letras
Usina de Letras
161 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50480)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->10. DOIS GALOS NA RINHA -- 23/07/2003 - 11:09 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Outra vez aqui estamos,

A medir os nossos versos.;

Talvez agora tenhamos

Um pouco mais de sucesso.



É preciso atenção prestar

Na rima do último termo,

Senão acabamos ficando

Como peregrino em seu ermo.



O verso acima por pouco

Não nos deixava na mão,

Pois a palavra da rima

Nos fez boa confusão.



Mas o versinho anterior

Facilitou-nos por demais.;

Estoutro em desenvolvimento

Não nos apertará jamais.



Como fica muito fácil,

Quando temos que dizer

E as palavras se dispõem

De forma a nos dar prazer!



Entretanto, caro amigo,

Vamos aperfeiçoar,

Se quisermos dar abrigo

A quem deseje rimar.



Estas nossas atitudes

De vigilância especial

Dão-nos um bom desafogo

Para esta expressão final.



Veja que facilidade

Temos p’ra desenvolver

Mui rápidos heptassílabos

[Que nos dão tanto prazer].



Não completamos a quadra

Para poder demonstrar

Que o compasso se acentua

Caso a rima seja em -ar.



É evidente que adaptamos

Tal -er dos versos primeiros,

Ao trazer o -ar p’ra amostra,

Como vem nos derradeiros.



Não repare, bom amigo,

Se nem tudo sai perfeito:

É preciso trabalhar,

Como forte negro no eito.



Vamos, então, prosseguir,

Sem ter arrefecimento,

A transformar as palavras

Em profundo sentimento.



Não que vamos demonstrar

Ter domínio por inteiro.;

Mas, aos poucos, cresce a rima:

Algo se fez verdadeiro.



Lá se vai a prima página

Do trabalho deste dia:

Quem agüenta mais um pouco

Vai fugir desta agonia.



Vamos rimar “pouco” a “louco”,

“Malucão” e “endoidecido”,

Pois quem não tiver juízo

Deste grupo está varrido.



Sentimentos e emoções

São frutos especiais

Deste humano entendimento.

Por isso, caros amigos,

Sigam o meu pensamento,

Bem longe de qualquer mal:

Não somos filhos queridos

Do nosso Pai celestial?!...



Que belo fracasso tivemos

Querendo estender a poesia,

Pensando que tudo na vida

Termina ao final deste dia.



Uma hora bem transcorreu

Estando nós em sessão:

Como é boa sensação

Que pela espinha correu!



Tal arte de fazer verso

Deve sofrer muito pouco,

Quando o poeta perverso

Chora ao pensar estar louco...



A formiga guarda o trigo

Que apanha pelo caminho,

Para, no inverno, enfrentar

Da barriga o burburinho.



Se estes versos que fazemos

Vão tendo elaboração,

É bom ficar bem atento,

Pois quem escreve é um irmão

Que de si somente tem

Um pouco de inspiração.

“Ai, que bom!”

“Ai, que bom!”



O refrão dessa quadrinha

Foi nosso médium quem fez.;

Aqui quem vai colocar

Somos nós — é nossa vez.

Chegou nossa vez!

Chegou nossa vez!



Pode parecer absurdo

Que este treinamento, um dia,

Vá servir de alguma coisa

Para se escrever poesia.



Já não estou conseguindo,

Apesar de fraca a rima,

Concluir estas quadrinhas,

Como fizemos acima.



Parece estar bem cansado

O companheiro escrevente.;

Vamos, então, suspender,

Antes que desgoste a gente.



Diz-nos ele que, talvez,

Prosseguir seja o melhor:

Se parar, pode ocorrer

De se alcançar o pior.



Que espécie de verso é este

Que não tem inspiração?

É o que hoje somos capazes

De trazer ao nosso irmão.



Que bela ajuda tivemos

De nosso caro confrade!

Permanece ele a pensar:

— “Felicidade, quem há-de?!”



Se fôssemos vasculhar

O que este irmão tem guardado,

Provavelmente seríamos

De plagiador acusado.



São poucas as criaturas

Tão persistentes, teimosas,

Que, vendo o desastre imenso,

Prosseguem muito vaidosas.



Que rima tão imperfeita:

“Teimosas” — adjetivo,

Com “vaidosas” — outro tanto.

É isso definitivo?



Quebrar o pé do versinho

É o que estamos mais fazendo,

Enquanto isso, cá no espaço,

Tem gente se contorcendo.



Enquanto o espaço não for

Enchido devidamente,

Vamos ter de vir sofrendo,

Todos nós conjuntamente,

Escrevendo ao bom acaso,

Muito irresponsavelmente.



— “Que pobreza de ditado!” —

É o que deve estar agora

O bom amigo pensando,

Pois muito faz quem não chora.



Rapidamente encontramos

Outro meio de escrever.;

Parece estarmos achando

O princípio do viver.



Este é o que vai perdurar

Por bastante tempo ainda,

Até que se dê acabado

Aquilo que nunca finda.



Antigamente, eu dizia

Ser possível, algum dia,

Chegar a bom resultado.

Mas hoje, preclaro irmão,

Cheio de desilusão,

Vou deixá-lo abandonado.



Até que, enfim, nós estamos

Bem perto da última linha.

Que felicidade, irmão:

Somos dois galos na rinha...



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui