Será tão simples enxergar o que aí está? Se apenas fosse ver, não precisaria ser óbvio. Bastaria ser e estar diante dos olhos que apenas sentissem sem mirá-lo. Obviamente, não haveriam cegos que se recusariam a existir diante de tanta visão acurada ou mesmo da surdez no olhar. O surdo não pára de ouvir com a boca e gestos que sacodem palavras ao longe de quem perto está. Se não estiver, é óbvio, a surdez segue tranquilamente e caminha lado a lado com a cegueira universal nossa de cada dia. Mas o óbvio, não. Ele é único e não permite misturar os órgãos do sentido com a sensibilidade nata aos cegos e surdos de plantão que não pedem em vão um pouco de atenção diante de tanta clareza. A aspereza que faz não enxergarmos o óbvio, a tudo facilita desde que não machuque a si próprio. Portanto, em ser óbvio, não é para menos que o deixando de enxergar.