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Poesias-->15. CANTO DE PARDAL -- 29/07/2003 - 11:08 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Neste instante tão gostoso

Em que começo a ditar,

Crê-se que o dia está ganho

Para quem bem sabe amar.



De propósito acendemos

O fogo da intemperança,

Talvez, assim, consigamos

Despertar ternas lembranças.



O verbo “amar”, em si mesmo,

Não tem o menor sentido,

Mas, aplicado às pessoas,

Se houver maior, eu duvido.



Estamos aproximando-nos

Do momento decisivo

Em que o querido confrade

Vai sentir-se bem mais vivo.



Claro está que tal momento

Paira ainda muito longe,

Pois os treinos se repetem,

Como exercícios de monge.



Raramente, um bom poeta

Inicia uma quadrinha,

Sem já saber, de antemão,

Qual a rima que se alinha.



Quase dissemos “galinha”,

P’ra gáudio deste obsessor,

Que teima em desafiar

Todo o vosso grande amor.



Não vá reparar, irmão,

Se estes textos se aniquilam,

Pois o que só pretendemos

É saber se se assimilam.



O dia em que conseguirmos

Finalmente versejar,

Certamente, aí teremos

Lagriminhas a rolar.



Que bom se agora pudéssemos

Deixar as coisas de bem,

Pois só assim saberíamos

“O que é que a baiana tem!”



De vez em quando o folclore

Surge a nos auxiliar.;

Não que este tema se amplie,

Mas faz a quadra acabar.



Outras vezes a gramática

Fica ferida no chão,

Torturada, acabrunhada,

Cheia de desilusão.



Um bom recurso poético

É usar prosopopéias:

Fazer as coisas falarem,

Como se dessem idéias.



Até parece que nós

Seremos quem, finalmente,

Vai ter a chance de, um dia,

Aproveitar o escrevente...



Somos ramos de oliveira,

Ou inocentes pardais,

Se não tivermos coragem,

Não evoluiremos mais.



Por isso, caros parceiros,

Atentem p’ra esta verdade:

Mais vale um pardal na mão,

Que um bando na liberdade.



Conhecemos bem o tipo

Que se pretende ligeiro.;

Sabemos que, finalmente,

Vamos desenhá-lo inteiro.



Que quebra de pé de verso!

Que compasso estranho agora!

Teremos algum sossego,

Para trabalhar nesta hora?



Ainda ontem eu fugia

Das responsabilidades.;

Agora sou obrigado

A fazer tais caridades.



Como é fácil este traço

Que se põe ao quarto verso!

Se tivéssemos traquejo,

O fim seria diverso.



Perdoe-nos, amiguinho,

Termos estado patetas.;

Mas acontece que as rimas

Nem sempre ficam completas.



O bom médium está cansado,

Com sono, co’a mão pesada.;

Vamos, então, prometer-lhe

Suspender esta maçada.



Se for nosso amigo crer

Nisto tudo que escrevemos,

Poderá ficar bem certo,

Que jamais o iludiremos.



Tinha parado e voltou,

Sentindo que os versos vinham.;

Mas logo descorçoou,

Vendo o valor que não tinham.



Pois agora já é tarde,

Vamos, então, prosseguir,

Dando trabalho ao amigo,

Querido irmão Wladimir.



Parece que o nome do próprio

Não se lhe dá de escrever.;

É que, modesto, se vê

A ponto de enrubescer.



Esta linha que adotamos,

P’ra realizar o trabalho,

É método que chamamos

“Um eficaz agasalho”.



— Terá você sentimentos? —

Pois não nos parece, amigo,

Para não saber que temos

Um conhecimento antigo.



Um artista da palavra

Se aproxima sorridente.;

Será que a hora é chegada

De se alegrar o escrevente?



— “Bom dia!” — diz ele atento

P’ra que tudo se registe

Conforme seu sentimento:

É pardal comendo alpiste.



Satisfeito não ficou

Nem poderia ficar:

Tal “-istre” se destacou,

P’ra fraqueza demonstrar.



Agora ficou danando.;

Eis que o sangue lhe ferveu:

Está a improvisar uns versos,

Os quais — dá a impressão — não leu.



Enviesado e estendido,

Queda o cadáver no chão.;

Tratar-se-á dum amigo,

Ou será mais um irmão?



A derivada que demos

Ficou só na tentativa,

Pois tal experiência havida

Sumiu e não na entendemos.



Bondoso, se viu o Cristo

Diante da maldade alheia.;

Como se comportaria,

Vendo agora a casa cheia?



Aves de rapina, um dia,

Quase causaram meu fim.;

Porém, não me apavorei,

Pois tinha Jesus por mim.



Que belo soneto ainda

Chegaremos a fazer:

Basta ter muita paciência

E esperar o irmão crescer.



Rapidamente, chegamos

Ao final do treinamento,

Sem sucesso mas enorme,

Levado por pé-de-vento.



Caminhando sem destino,

Eis a nossa fantasia,

Que poderemos querer,

Se era assim que se queria?



Quase estamos perfazendo

Exatamente o contrário.

Não será tal comentário

Que continua correndo?



Nós, finalmente, encontramos

O final do pé da página.

Parece que inda teremos

Outra rima só em “-ágina”.



Não vá se atemorizar

O nosso caro irmãozinho:

Se esta coisa hoje está cinza,

Amanhã em desalinho,

Qualquer dia chegaremos

A voar do nosso ninho.



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