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Poesias-->17. NERVOS DE AÇO -- 30/07/2003 - 07:45 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Formosa mãe de Jesus,

Imaculada Maria,

Inunde-nos vossa luz,

Despertai-nos para o dia.



Feita a nossa invocação,

Simplesinha e generosa,

Aguardemos com paciência

O perfume duma rosa.



Cansados de exp’rimentar

Escrever sem competência,

Os irmãos da nossa turma

Chamaram-nos com urgência.



Mas nos parece que o irmão

Que apanha o nosso ditado

Não progride muito rápido,

Pois sempre está preocupado.



Se a poesia que fazemos

Parece-lhe vagarosa,

A verdade é que esta pena

Se acelera, esplendorosa.



Este nosso treinamento

Difere dos anteriores.

É que a mão segue mais rápida

As vibrações dos mentores.



Nem tanto à terra, querido,

Nem ao mar devemos ir,

Se quisermos contemplar

Todo o esplendor do porvir.



Imagine, bom rapaz,

Que seja chegada a hora:

Irá o coração ter paz,

Ao resplender bela aurora?



Simplesmente surpreendente

É tal escrita espontânea:

Como se a frota seguisse,

No mar, a nau capitânia.



Nos gritos de “Terra à vista!”,

Parece o médium entender

Que dizemos que é chegado

O instante de espairecer.



Não vamos titubear,

Fraquejando nossa mão:

Alonguemos nossa vista,

Firmemos nosso timão.



Se, em cima de bicicleta,

A visão irá mudar,

De qualquer forma, entretanto,

O guidão vamos firmar.



Cada minuto que passa,

Vai ficando bem mais perto

O dia em que nos veremos

Libertos deste deserto.



Que bom será conviver

Com muitos seres iguais

E poder bradar aos céus:

— “Erros e vícios: jamais!”



Que tristonho é o desespero

Da vontade de partir.;

Tanto que o pranto de agora

Quase nos faz desistir.



Cansado da longa lida,

Nosso irmão segue escrevendo:

Definha-se a sua vida,

O futuro vai crescendo.



Não titubeie, rapaz,

Fique firme no timão:

É preciso compreender

A arte da navegação.



Com os olhos a brilhar

Fica o gentil escrevente:

Interrompe o seu cismar,

E dá valor a esta gente.



Rápidos em seus corcéis

Galopam os cavaleiros:

Vão à procura da Glória,

Com seus olhos feiticeiros.



Frágeis, os últimos versos,

Como um texto de criança.;

Mas se forem melhorando,

Encher-nos-ão de esperança!



Floresce o arbusto na terra,

Cresce, no irmão, triste dor,

Será que todos, um dia,

Conseguirão mais amor?



Estamos bem na metade

Da tarefa deste dia,

Parece que vamos indo,

Ouvindo suave harmonia.



Querido diário meu,

Que me reserva para hoje:

Teremos um dia belo,

Ou um desejo que foge?



— “Calamita calamitatis!” —

Diziam antigos latinos,

Ao perceberem que os trabalhos

Não perfaziam seus destinos.



Recuso-me a prosseguir,

Escrevendo coisa à-toa.;

Quando vai chegar a hora

De apanhar poesia boa?



Raramente se consegue

Convencer quem tem talento,

A perder seu rico tempo,

Com aquele que está lento.



Nossa brincadeira acima

Deixou nosso irmão nervoso,

Pois, apesar de ter rima,

Esse verso é indecoroso.



Se o bom médium observar

Os temas desenvolvidos,

Verá que, no dia de hoje,

Algo está sendo servido.



É certa sua atitude

De enfrentamento da dor,

Pois de tudo brotará

A flor da paz e do amor.



Cinco por cento de tudo

Talvez mereça atenção,

Mas não fique iluminado,

Criando certa ilusão:

As quadras são muito pobres,

Os sextetos, fracassão.



Ao resplender no horizonte,

E clarear a escuridão,

O Sol nos dá seu sinal:

Outro dia de emoção.



Capitulamos, enfim,

Arcados pelo cansaço

Que abate nosso irmãozinho,

Porque não tem nervos de aço.



É bem raro que se encontre

Quem tenha tanta vontade

De acertar o metro exato,

Em pura felicidade.



Quem me dera fosse fácil

Escrever versos seguidos.;

Estas quadras, eu percebo,

São reflexos já vividos.



— “Vai, querido, descansar” —

Diz a mãe a seu filhinho,

Pois é triste imaginar

Que esteja ele doentinho.



Que doce frase formosa!

Que belo estilo francês!

Será que desta vez vamos,

Ou não será desta vez?!



Aos pouquinhos, preenchemos

As laudas que se dispõem

À nossa frente, infindáveis,

P’ros trabalhos que se põem.



Habituados estamos

A redigir em poesia.;

Com a métrica contada,

É bem de maior valia.



Os impulsos iniciais

Quase sempre estamos dando,

Mas a rima que se espera

Estamos aí falhando.



Deixando na mão do amigo

Que nos escreve o ditado,

O que não estiver certo

Logo será remendado.



Afinal, aqui chegamos,

Junto às três linhas finais,

E não adianta dizer:

— “Hoje estou querendo mais...”



O bom médium pensa agora

O que mais vai escrever

Para tormento da vida,

Para a esperança perder...



Tem ele grave suspeita

De que muito do que escreve

Lhe brota espontaneamente:

Não faz papel de almocreve.



Pois queremos encerrar

Dizendo, com segurança,

Que jamais se desespere,

Que sempre tenha esperança!



Parece que o dia foi

Um pouco mais produtivo.;

É que o grupo se propôs

A trabalhar mais ativo.



Restando um pouco de fôlego,

Inda nos resta dizer

Que voltamos outro dia

Para poesia escrever.



Portanto, caro irmãozinho,

Serene seu coração,

Abra os braços aos amigos,

Estenda-nos sua mão.



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