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Poesias-->21. BANHO DE ÁGUA FRIA -- 03/08/2003 - 20:30 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O bom amigo Formiga

Ontem esteve presente,

Deixando muita alegria

No coração desta gente.



Se nosso caro irmão médium

Prestar bastante atenção,

Vai perceber que um bom passo

Foi dado na direção

Disto tudo se arranjar

Por poética noção.



É evidente que não temos

A mesma desenvoltura,

Porém, se o braço ceder

Dominamos a estrutura.



O verso de sete sílabas

É mais fácil de rimar.;

Dificuldade maior

Estará em concatenar

As palavras que enunciam

O tema de que falar.



— “Pipocas e quentão” — diz

Uma ingênua cançoneta.;

Agora mais do que nunca

Essa rima está careta,

Entretanto, todos gostam

Quando alguém se faz poeta.



Por favor, não pare, amigo,

Continue esta escritura:

Dê nova oportunidade

A quem vem da sepultura.



Não ficou perfeita a quadra:

Em seguida, vou a outra.;

Se esta também nada tem,

Que tal partir para estoutra?!



Arquivaremos os versos

Das tentativas frustradas,

Pois não há de querer vê-las

Todas assim publicadas.



O irmão escrevente espera

Que o ritmo surja sozinho,

Pois está certo o pedido,

Desde que tenha padrinho.



Como meu titio queria,

Eis-me aqui tentando a sorte:

Não fui poeta na vida,

Quiçá seja após a morte!...



Não duvide, caro amigo,

Desta gente que, feliz,

Vem demonstrar, claramente,

Saber sustar o nariz.



Há velhas canções e modinhas

Que fizeram grande sucesso:

Deram no peito das mocinhas,

Deixaram os velhos perplexos.



Não se importe, meu querido,

Se, por vezes, não dá certo:

É que o verso que não rima

Muitas vezes está perto.



Que forçada, caro jovem,

Que ritmo assaz estragado.;

Vamos tentar outra vez,

Vamos lá, “seu” felizardo!



De novo, nós estragamos

Início tão promissor,

Por não sabermos rimar

Poesia com muito amor.



O quarteto logo acima

Não desdoura deste grupo:

A partir daquela rima,

O cano da veia entupo.



Poeta, para ser bom,

Há que ter muito talento.;

Este que lhes fala agora,

Em seu máximo, está lento.



Vamos tentar outra vez

Escrever algo que preste.;

Mas, p’ra azar deste judeu,

O vento veio do leste.



Isso que acima escrevi

Está tolo e sem sentido.;

Certo, na próxima vez,

Serei melhor sucedido.



Eis aqui, meu bom amigo,

Finalmente a rima rica.;

Não que seja uma beleza

Mas é o que melhor me fica.



— “Palhaçada!” —, pensará

Algum ilustre escrevente,

Lendo o que acima ficou

Como lição desta gente.



Organizemos a vida,

Deixemos de ser boçais:

Quem sabe progrediremos

Imitando os animais...



Total falta de interesse

Por rimar com perfeição..;

Veja que coisa “fajuta”

Rima que termina em “-ão”!...



Existe gente mais séria,

Querendo participar.;

Mas a vez é minha agora,

Pois também quero rimar.



A sorte do bom amigo

Que nos apanha este verso

É que a tudo dá vazão:

Nada vê de controverso.



Vendo que tudo vai bem,

Ficamos todos felizes.;

Mas é bom não se enganar

Onde se põem os narizes.



Dia a dia, fica mais

Difícil de solfejar:

Um dia, pega no “dó”,

Noutro, se falseia o “fá”.



Corremos grandes perigos,

Escrevendo assim à toa,

Pois jamais ocorrerá

Qualquer coisa muito boa.



É preciso ter paciência,

Amor e perseverança,

Pois, doutro modo será,

Somente desesperança.



Caso o amigo me permita

Ferir-lhe a corda ao orgulho.;

Vê se vai plantar batatas,

Porquanto isto tudo é engulho.



O dia não é propício

Para estas rimas do além:

O pessoal aqui em cima

Desse talento está sem.



Caprichoso, o bom João

Desejava progredir,

Mas não calculou direito,

Pois se pôs logo a dormir,

Justamente no momento

Em que devia servir.



Eis aí o que queremos

Que o bom do amigo nos faça,

Pois assim se escreve o verso

Completamente sem jaça.



Rascunhos são simplesmente

Estas pobres quadras frias,

Mais tarde transmitiremos

Novas rimas, mais vazias,

Para um dia, finalmente,

Subir de categorias.



Vamos, por hoje, encerrar

Modesta parte na escrita,

Pois ir bem mais além disto

Enfraquece, dói, irrita.



Nada do que hoje fizemos

Irá ter qualquer valor,

Mas vale p’ra demonstrar

Que lhe temos fundo amor.



Um dia, somos felizes,

Noutro, temos agonia,

Na vida etérea, entretanto,

Rezamos com harmonia

Solicitando agasalho

E muita sabedoria.



Quando fazemos quadrinhas,

Ficamos muito contentes,

Mas o que mais nos alegra

É ver que destes batentes

Estão saindo sextilhas

Bem mais ainda excelentes.



Um ouro velho e de lei

É o que queremos um dia.;

Por ora, vamos, somente,

[“Tomar banho de água fria.”]



José Bento só inventava

Tristes histórias de guerra.;

Um dia partiu correndo,

Envergonhado, da Terra.



Sarampo é doença às antigas,

AIDS é coisa moderna.;

Se não tomarmos cuidado,

Morreremos na caverna,

Com simples machucadura:

Uma torcida de perna...



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