Prepara-se o nosso amigo
A novos atrevimentos,
Mas seu espírito está
Em outros departamentos.
Se lhe dissermos, contudo,
Que o dia será batuta,
Cremos que dispensará,
Qualquer que seja a outra luta.
Mui raramente, acontece
De nosso verso brotar
Em jorros de grande força
Vindos de todo lugar.
Querido amigo escrevente,
Não desligue nem invente:
Você não está sozinho,
Mas não será diferente.
Resguarda-se o dia de hoje
Para estes bons quefazeres:
Existe forte atração
P’ra nos tomar os dizeres.
Salientamos bastante
Que não temos pretensões.;
Por isso, bom amiguinho,
Pare com as ilusões!
Os versos que lhe ditamos
Servem só de experimentos.;
Dia virá, certamente,
Que trará novos acentos.
Notamos sua vontade,
Mas não se prenda por nós.;
Veja com que lealdade
Damos a ouvir nossa voz.
— “Quimeras!” — exclamarão,
Os que não botarem fé,
Entretanto, o bom amigo
Percebe que assim não é.
Se estivermos preparados,
Vamos trazer, com certeza,
Quem, com melhores cuidados,
Nos atenda nesta mesa.
Que bons serão esses dias
Em que a pena voará
Por sobre as linhas pautadas,
A dizer: — “Méritos há!”
Eu não arrisco prognósticos,
Não sei fazer previsões,
Se continuar assim,
Bailaremos nos salões.
Quanto mais tento escrever,
Facilidades consigo.;
Não é assim que se passa
Quando se trata do amigo?
Que bom que agora cheguei
Bem rapidamente ao fim.;
Sendo assim, vou indo embora:
Ninguém precisa de mim.
Nós não queremos que o amigo
Tenha de sentir remorsos
Por deixar este seu posto:
Sabemos de seus esforços.
Temos pouca habilidade,
Inspiração — um nadinha —,
Contudo, nos atrevemos
A escrever sobre esta linha...
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