Usina de Letras
Usina de Letras
71 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62145 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10447)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13566)

Frases (50551)

Humor (20021)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140784)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6175)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL -- 02/07/2018 - 00:12 (sandra beatriz de melo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

 

 

 

 

Trabalho de conclusão de curso. apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito para conclusão do curso de educação física

 

Orientador: Prof.

 

 

 

 

[1]
RESUMO:


Fez-se uma contextualização histórica da psicomotricidade e também o seu significado. O termo motricidade sempre esteve vinculado à área médica. Somente no início do século XX é que a psicomotricidade se estabelece como prática independente, mas mesmo assim, apenas as crianças que apresentasse qualquer dificuldade de aprendizagem e que tivesse desenvolvimento psicomotor não compatível com a idade cronológica. Estas eram indicadas para trabalhar a psicomotricidade. Foi à compreensão dissociada que se teve por muito tempo, entre desenvolvimento mental e motriz que impediu avanços na conjugação do trabalho do professor integrado com a psicomotricidade principalmente na Educação Infantil.

PALAVRAS CHAVES: Psicomotricidade; Educação Infantil, Educação Física. 
ABSTRAT
IMPORTANCE OF PSYCHOMOTRICITY IN CHILD EDUCATION
 

A historical contextualization of the psychomotricity and also its meaning was made. The term motricity has always been linked to the medical field. It was only at the beginning of the twentieth century that psychomotricity was established as an independent practice, but even so, only children who presented any learning difficulties and had psychomotor development not compatible with chronological age. These were indicated to work the psychomotricity. It was to the dissociated understanding that it has had for a long time, between mental and motor development that prevented advances in the conjugation of integrated teacher work with psychomotricity mainly in Early Childhood Education.

 


KEY WORDS: Psychomotricity; Child Education, Physical Education.

 

 

 

 

 

 

1.- INTRODUÇÃO

.           Este estudo demonstra através de pesquisas realizadas a importância da psicomotricidade na Educação Infantil. Levando em consideração que no /ensino Infantil se constrói o alicerce da aprendizagem e que a psicomotricidade é uma peça fundamental nesta engrenagem , optou-se por desenvolver uma pesquisa voltada para esta faixa etária,

A relevância deste projeto se deve ao fato de que muitos são os problemas encontrados durante o desenvolvimento e  crescimento da criança e o desenvolvimento psicomotor pode dar pistas para que estes problemas se resolvam. Assim como a psicomotricidade a Educação Física escolar era abordada apenas como ferramenta de desenvolvimento motor. No entanto hoje com a inovação nas perspectivas de uma Educação Física escolar que reconhece o ser humano como um ser complexo de emoções e ações próprias, propiciadas por um contato corporal e a sua relação com o mundo.

A viabilidade da execução do presente projeto se deve ao fato de ter um profissional bem preparado para usar os recursos que dispçoe de acordo com a realidade de seus alunos .

1.1 -  JUSTIFICATIVA

Considerando que o ser humano, do nascer até os 6 anos, ocorrem as mais potentes e espetaculares mudanças, que se tornam visíveis e fazem parte do dia a dia na vida de uma criança. O repertório de gestos instrumentais de crianças de quatro a seis anos, torna-se progressivo e preciso. Com isso, atos que exigem vários segmentos motores como recortar, colar ou encaixar tornam-se sofisticados.

1.2 -  PROJETO A SER TRABALHADO NO ENSINO INFANTIL

A construção de imagem corporal por meio de brincadeiras é importante para crianças de quatro a seis anos. Le Bouch (2001,p.15) afirma que “a imagem corporal representa uma forma de equilíbrio entre as funções psicomotoras e a sua maturidade”.

Almeida (2006)  diz que ao iniciar sua vida escolar, as crianças  trazem consigo dois fatores de fundamental importância para sua aprendizagem: o ambiental e o biológico. É de suma importância o conhecimento das etapas do desenvolvimento pelos  professores das séries iniciais para que haja uma observação constante do desenvolvimento  das crianças, e de como a psicomotricidade está relacionado ao processo de maturação, o corpo e a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.

Exemplos de atividades a serem trabalhadas:

Dança do Jornal

Objetivos: Estimular a sociabilização, a expressão corporal e a percepção espacial.

Formação: Alunos dispostos em pares

Material: folha de jornal, aparelho de som, CD ou fita cassete.

Desenvolvimento: A um sinal do professor, deverão dançar (se movimentar) ao som de uma música sobre uma folha de jornal sem rasgá-la ou sair fora dela. Os pares que saírem ou rasgarem a folha de jornal vão saindo da brincadeira.

Os vencedores são os pares que não saírem de cima do papel nem rasgarem a folha do jornal.

Pode-se alternar a brincadeira, alternando entre diferentes ritmos musicais, mais rápidos, mais lentos, que exijam a execução de passos específicos etc.

Imagem e esquema corporal.

 

Lateralidade

Choque

Objetivos: Estimular a atenção, concentração, pronta reação, espírito de equipe e lateralidade.

Formação: Alunos em circulo, de mãos dadas.

Material: Nenhum

Desenvolvimento: Devemos, primeiramente, executar esta brincadeira de olhos abertos e depois de olhos fechados. Somente o professor poderá ficar de olhos abertos. O professor inicia a brincadeira apertando uma das mãos do aluno que estiver sentado ao seu lado direito ou esquerdo, de acordo com sua escolha. Este aperto de mão é chamado na brincadeira de “CHOQUE”. O choque percorrerá a roda toda, o aluno que levar o choque e não apertar em seguida à mão do colega passando o choque, ou simplesmente distrair-se na brincadeira, pagará uma prenda (sendo de livre escolha/ fazer algo/ ou sair da brincadeira até que o jogo acabe restando apenas dois/ possibilidade de se fazer em grupo).

 

1.3- PROBLEMATIZAÇÃO

Considerando a importância desta etapa para o desenvolvimento da aprendizagem acredita-se que a psicomotricidade  contribui de forma expressiva para a formação e a estruturação do esquema corporal.  É de suma importância salientar que o movimento é a primeira manifestação na vida do ser humano, pois desde a vida intra-uterina realizamos movimentos com o nosso corpo, no qual vão se estruturando e exercendo enormes influências no comportamento, a partir deste conceito e através da nossa prática no contexto escolar, consideramos que a psicomotricidade é um instrumento riquíssimo que nos auxilia a promover preventivos e de intervenção, proporcionando resultados satisfatórios em situações de dificuldades no processo de ensino-aprendizagem.

1.4- OBJETIVOS

-Detectar problemas que influenciarão no processo ensino aprendizagem

-incentivar a prática do movimento;

- Motivar a capacidade sensitiva através das sensações e relações entre o corpo e o exterior;

- Fazer com que as crianças possam descobrir e expressar suas capacidades, através da ação criativa e da expressão da emoção;.

-permitir a compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo;

- prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico.

 

1.5 -  REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O que é psicomotricidade? Sua definição ainda está em formação, já que à medida que avança e é aplicada, vai-se estendendo a distintos e variados campos. No princípio, a psicomotricidade era utilizada apenas na correção de alguma debilidade, dificuldade, ou deficiência. Mas a partir de 1935 através de Eduard Guilmain que elaborou exames para medir e diagnosticar transtornos psicomotores o corpo deixou de ser visto apenas como um pedaço de carne para ser algo indissociável do sujeito.Hoje, vai mais longe: a psicomotricidade ocupa um lugar importante na educação infantil, sobretudo na primeira infância, em razão de que se reconhece que existe uma grande interdependência entre os desenvolvimentos motores, afetivos e intelectuais. 

       “Para Almeida (2006, P. 43) a psicomotricidade é a ciência que estuda o homem através do seu corpo em movimento em relação o mundo externo e interno, é a interação que o indivíduo tem de perceber, atuar e agir com os outros e com os objetos”.

        Para Fonceca (1989) psicomotricidade é a ação do sistema nervoso central que cria uma consciência no ser humano sobre os movimentos que realiza através dos padrões motores, como a velocidade, o espaço e o tempo. É um dos instrumentos mais poderosos para que o sujeito expressa seus conhecimentos, idéias sentimentos, emoções e se constitua como um sujeito. A inteligência se constrói a partir da atividade motriz das crianças. Nos primeiros anos de vida, até os sete anos aproximadamente, a educação da criança é psicomotriz. Todo o conhecimento e a aprendizagem centram-se na ação da criança sobre o meio, os demais são as experiências através de sua ação e movimento. 
Através da psicomotricidade pode-se estimular e reeducar os movimentos da criança, tendo como meta: Motivar a capacidade sensitiva através das sensações e relações entre o corpo e o exterior (o outro e as coisas). Cultivar a capacidade perceptiva através do conhecimento dos movimentos e da resposta corporal; Organizar a capacidade dos movimentos representados ou expressos através de sinais, símbolos, e da utilização de objetos reais e imaginários; Fazer com que a criança possa descobrir e expressar suas capacidades, através da ação criativa e da expressão da emoção; Ampliar e valorizar a identidade própria e a auto-estima dentro da pluralidade grupal; Criar segurança e expressar-se através de diversas formas como um ser valioso, único e exclusivo; Criar uma consciência e um respeito à presença e ao espaço dos demais; Contribui para o pleno desenvolvimento da criança no ensino aprendizagem que favorece os aspectos, físico, mental, afetivo, emocional na formação de sua personalidade.

        De acordo com Almeida 2006, visando contribuir de forma pedagógica para o desenvolvimento integral da criança, a psicomotricidade busca no processo ensino aprendizagem o aspecto mental, psicológico, social, cultural e físico, no qual se acredita que as atividades de psicomotricidade possam ser trabalhadas no contexto escolar de forma a auxiliar no processo de aprendizagem do aluno. Na infância auxiliando na aprendizagem do aluno, esclarecendo que o aprender não se restringe apenas em atividades isoladas, precisando haver objetivos a serem alcançados pelos professores, para que a partir daí os alunos possam criar e se expressar, no ambiente escolar. A psicomotricidade na educação busca entender os movimentos corporais tendo uma ligação com o desenvolvimento cognitivo, possibilitando o aluno desenvolver as ações do corpo e expressar-se por meio dela para que o corpo se desenvolva. O sujeito vai se construindo através da troca de olhares, toques e carícias, primeiramente com os parentes (pais ou responsável), depois com outras pessoas (professores) ampliando as suas relações sociais. Já que a psicomotricidade tem como objetivo fazer com que a criança se interaja com os outros e com os objetos, possibilitando seu crescimento não só físico, mas cognitivo, afetivo e corporal deve ser desenvolvida em casa e principalmente no ambiente escolar, onde não precisa haver recursos caros e nem tecnológicos, basta à escola ter uma junção de fatores, como: concepção, compromisso, comportamento, espaços e materiais. O professor quando faz um planejamento de suas aulas ele não terá seu tempo desperdiçado, e sim um aproveitamento do trabalho, devendo estar atendo no desempenho de seus alunos, em todas as ações executadas por eles, intervindo nas atividades com objetivos psicomotores. Quanto às atividades realizadas pelos alunos precisam ter relações com os outros, permitindo a socialização e a humanização, o professor deve fazer o papel de um observador. 

         Segundo Barreto 2000 o  desenvolvimento psicomotor é importante podendo estimular ou reeducar os movimentos da criança, na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo. A estimulação psicomotriz educacional se dirige aos indivíduos através de um trabalho orientado à atividade motriz e as brincadeiras. A educação da criança deve evidenciar a relação através do movimento de seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. A educação psicomotora necessita para ser trabalhada que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio-motoras, pois assim a criança explora o ambiente,passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, sendo capaz de tomar consciência de si mesmas e do mundo que a cerca. Para que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora, na recreação devem ser realizadas atividades considerando seus níveis de maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo. 

        Segundo Almeida (2006)bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade, tudo isso visando à formação da sua personalidade. Podemos dizer que a recreação, através da atividade afetiva e psicomotora, constituem-se num fator de equilíbrio, na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano.

         Durante o processo de ensino aprendizagem o professor deverá levar em consideração os aspectos: Sócio afetivo - favorecendo auto-imagem positiva, valorizando suas possibilidades de ação e crescimento. Cognitivo - acreditar que através de descobertas ele constrói noções e conceitos, trocando experiências com colegas e adultos. Psicomotor – Realizando atividades que envolvam esquema e imagem corporal, lateralidade.


         Fonseca (1989) diz que todos nós nascemos com uma programação cerebral, porém com uma imensa capacidade sinóptica nas funções dos neurônios, possuímos um hemicorpo (como se fôssemos divididos ao meio, verticalmente), e que temos um dos lados predominantes que se chama Dominância Lateral. Um dos lados é o motor que domina em todas as atividades motoras de mão, pé e olho, e o outro sensorial. Isso se deve ao fato de termos em um dos hemisférios cerebrais, 90% da capacidade motora e 10% sensorial, e no outro hemisfério acontece o inverso, 90% da capacidade sensorial e 10% motora. Ainda “Segundo Fonseca (1989, p. 69), a lateralidade constitui um processo essencial às relações entre a motricidade e a organização psíquica intersensorial,  representa a conscientização integrada e simbolicamente interiorizada dos dois lados do corpo, lado esquerdo e lado direito, o que pressupõe a noção da linha média do corpo”.Desse radar vão decorrer, então, as relações de orientação face aos objetos, às imagens e aos símbolos, razão pela qual a lateralização vai interferir nas aprendizagens escolares de uma maneira decisiva. Além de ser uma característica da espécie humana em si, põe em jogo a especialização hemisférica do cérebro, reflete a organização funcional do sistema nervoso central. A conscientização do corpo pressupõe a noção de esquerda e direita, sendo que a lateralidade com mais força, precisão, preferência, velocidade e coordenação participa no processo de maturação psicomotor da criança.  Lateralidade é uma variável do comportamento psicomotor da criança que apresenta uma série de implicações de ordem neurológica, biológica e pedagógica. O ser humano preferencialmente utiliza mais um lado do corpo que o outro em três níveis: mão, olho e pé, vêm da noção dos lados direito e esquerdo, e é conseguida pela criança até mais ou menos seis anos, após esta idade, podemos considerar como um distúrbio. O lado dominante apresenta maior força muscular, mais rapidez, ele que inicia e executa a ação principal, o outro lado auxilia a ação e é igualmente importante, na realidade os dois não funcionam isoladamente, um complementa o outro. Temos um exemplo de quando pregamos um prego em uma madeira, a mão auxiliar segura o prego e a outra mão com precisão e força muscular bate o martelo. A dominância lateral corresponde a dados neurológicos, mas também é influenciado por certos hábitos sociais. A lateralidade corporal refere-se ao espaço interno do individuo, que é a capacidade de utilizar um lado do corpo com melhor desembaraço que o outro, em atividades que requeiram habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional.

         Fonseca 1989 afirma também que a lateralidade, como uma das variáveis do desenvolvimento psicomotor, é um dos aspectos relevantes para o desenvolvimento das capacidades de aprendizagem, não significando que toda criança que apresente problemas de aprendizagem, também apresente alterações na lateralidade.
Podemos dizer que a lateralidade é a capacidade que a criança tem de olhar em todas as direções com idéia de espaço e mínima coordenação, aos poucos elas vão descobrindo que seu corpo pode realizar mais de um movimento ao mesmo tempo em lados diferentes. Neste processo o professor ajuda a criança a desenvolver a lateralidade em todas as partes do corpo e quanto ao ato de escrever o professor deve deixar a criança livre sem ao menos estabelecer um meta, que mão ela deverá escrever, isso é uma escolha própria da criança, que a favorece na decisão do que é melhor e de sua melhor habilidade. O professor poderá desenvolver comandos para a criança seguir para ambos os lados: caça ao tesouro com seguimentos de setas, fazer bolas de papel e pedir que joguem primeiramente com a mão esquerda e depois com a direita, corridas com materiais para serem equilibrados com a mão esquerda e direita, brincadeiras de basquete, tiro ao alvo e outras.  Quanto à dominância dos membros inferiores pode pedir às crianças que brinquem de amarelinha com um pé e depois com o outro, onde pode-se observar qual o lado que teve mais facilidade, qual apresentou mais precisão, mais força, mais rapidez e também mais equilíbrio. A pessoa que tiver a mesma dominância nos três níveis: mão, olho e pé do lado direito, diremos que é destra homogênea, e canhota ou sinistra homogênea, se for o lado esquerdo.
A criança que possui nos dois lados do corpo dominância espontânea, isto é executar os mesmos movimentos tanto de um lado como do outro, o que não é muito comum, ela é chamada de ambidestra. Também podem ocorrer alguns casos em que a criança contrarie a tendência natural passando a utilizar a mão não dominante em detrimento da dominante. Diremos que tem lateralidade cruzada, quando usa a mão direita, o olho e o pé esquerdo ou qualquer outra combinação. Muitas vezes se confunde a psicomotricidade com a educação física das escolas. Por sabermos que ela trabalha os movimentos, devemos nos atentar para alguns detalhes muito significativos, pois a psicomotricidade trabalha os pequenos músculos, ao contrário da educação física que trabalha os grandes músculos. Podemos citar como exemplo, uma simples dobradura, que trabalha a coordenação motora fina ao mesmo tempo em que prepara para a escrita. Já a educação física tão conhecida nos ambientes escolares, ela trabalha os grandes movimentos, onde, por exemplo, uma criança corre ao mesmo tempo   que chuta uma bola, comprovando assim, a fala inicial onde dizemos que a psicomotricidade educa o movimento colocando em jogo as funções da inteligência, ou seja, é o controle mental sobre a expressão motora. As crianças sempre nos surpreendem por sua espontaneidade, seja correndo, desenhando, brincando ou conversando.

        Ferreira neto 1985 diz que a  flexibilidade é uma das capacidades motoras que devem ser bem orientadas no ambiente escolar. Durante a infância e a pré-adolescência há pouca tonicidade muscular e os ossos não estão totalmente calcificado, sendo preciso a conscientização dos alunos que a pouca flexibilidade é prejudicial assim como o seu excesso. Se o programa de flexibilidade for bem aplicado na fase escolar, a prática de alongamento poderá continuar espontaneamente na idade adulta.

        O professor de educação física contribuirá para desenvolver todas as capacidades motoras e não somente a flexibilidade do aluno, cabendo a este a perseverança na fase adulta.


        Segundo Negrime (1983) as meninas possuem um fator de maior flexibilidade talvez seja pelos hábitos contemporâneos exigirem das meninas flexibilidade e dos meninos força.

Na idade de pré-escola o aparelho motor passivo e ativo apresenta alta flexibilidade, mas ainda não se encontram consolidados, um treinamento forçado durante uma fase de mudança de estatura e de crescimento representa um perigo.Já na primeira idade escolar o desenvolvimento da flexibilidade apresenta tendências contraditórias. Enquanto a capacidade de flexão do quadril, dos ombros e da coluna aumenta, a capacidade de extensão da perna com a articulação pélvica e das articulações dorsais do ombro se reduz nesta faixa etária. Em razão disto devem-se incluir no treinamento de flexibilidade exercícios de alongamento. O treinamento de modalidades esportivas que requerem grade velocidade pode ser iniciado, mas o treinamento de flexibilidade é sempre prioritário, devido a seu efeito profilático de lesões.Na adolescência há um desenvolvimento no sentido psíquico e intelectual além do crescimento longitudinal e por isto considera-se que já se pode adotar um treinamento semelhante ao adotado para adultos. Entretanto, deve-se ficar atento para o ato de que na primeira fase há uma redução de tolerância a cargas, e por esta razão os exercícios de alongamento devem ser cuidadosamente escolhidos.

 Segundo Félix 2005 “(...) a Educação Física e a educação psicomotora são instrumentos importantíssimos na construção do caráter educativo das crianças, pois percebemos que a criança tem seus primeiros contatos com a aprendizagem de forma lúdica, provavelmente terá a chance de desenvolver-se de forma mais integrada dentro do processo educativo e estará fortalecido para lidar com os medos e frustrações inerentes ao processo do aprender.” (FELIX, 2005, p.9)

É fundamental se trabalhar com a psicomotricidade logo nos primeiros anos de vida, pois “os anos da educação infantil e primária têm sido caracterizado como período em que se adquirem e afinam novas habilidades” (FERREIRA NETO, 1995, p.11), ainda segundo este autor, é nesse momento que os aspectos motores fundamentais surgem e se aperfeiçoam, desenvolvendo-se de acordo com os movimentos de estabilidade, locomoção e manipulação de objetos.A psicomotricidade age de forma atuante, tendo uma visão ampla em que o homem cada vez mais deixa de ser percebido como um ser essencialmente biológico para ser concebido. O ser humano é um complexo de emoções e ações propiciadas por meio contato corporal nas atividades psicomotoras que também favorece o desenvolvimento afetivo entre as pessoas, o contato físico, as emoções e ações.

           Para Almeida (2006) através da recreação a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora, a recreação deve realizar atividades considerando seus níveis de maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo. 

           Segundo Barreto (2000), “O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”. Bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade; tudo isso visando à formação da sua personalidade.

           Pode-se afirmar, então, que a recreação, através de atividades afetivas e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas, expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano. 

          É indispensável em todo o processo educativo um espaço e um tempo para a criança brincar e, assim se desenvolver, melhor se comunicar e se revelar. No brincar a criança constrói um espaço de experimentação, de transição entre o mundo interno e externo.
           Felix (2005) diz que  psicomotricidade pode ser apresentada à criança como uma série de exercícios a serem cumpridos com seriedade ou como situações lúdicas, onde ela se desenvolverá como uma brincadeira, de forma prazerosa, e desenvolverá igualmente sua potencialidade psicomotora. Brincar não é o mesmo que jogar não obstante a dificuldade em definir o termo jogo e brincadeira. O brincar da criança não é equivalente do jogar para o adulto. O jogo é uma ação metódica induzida à criança como brincadeira. Para educar ou reeducar a criança e corrigirem falhas na psicomotricidade. Quando a criança não brinca não se desenvolve, não se aventura em novos jogos tem medo de ir enfrente e pode sofrer danos, que podem ser corrigidos com jogos ou brincadeiras.

1.6 - METODOLOGIA

           Com o intuito de realizar uma análise frente a prática da Educação Psicomotora na Educação Infantil, e promover o conhecimento aos profissionais atuantes nesta etapa de ensino sobre sua importância, foi realizado esta pesquisa. A elaboração desta pesquisa possibilitou analisar, por meio de estudos publicados de diversos autores, a considerável importância do trabalho psicomotor com crianças nesta faixa etária, para a prevenção de Dificuldades de Aprendizagem, uma vez que quanto mais estímulos o indivíduo receber melhor será o seu desenvolvimento. Os autores pesquisados apresentam-se favoráveis a esta prática, fator que proporcionou constatar a eficiência de tal procedimento, se realizado com qualidade e compromisso. Sendo a Educação Infantil a etapa crucial do desenvolvimento, acredita-se que a maior parte das capacidades futuras são conquistadas neste período. Percebe-se, deste modo, que o trabalho com esta faixa etária deve ser realizado com muita dedicação, pois se refere aos estímulos que internalizados pelo cérebro farão grande diferença para o processamento das aprendizagens futuras, assim diminuindo os índices de Dificuldades de Aprendizagem.

            Na Educação Infantil, a criança busca experiências em seu próprio corpo, formando conceitos e organizando o esquema corporal. A abordagem da Psicomotricidade irá permitir a compreensão da forma como a criança toma consciência do seu corpo e das possibilidades de se expressar por meio desse corpo, localizando-se no tempo e no espaço. O movimento humano é construído em função de um objetivo. A partir de uma intenção como expressividade íntima, o movimento transforma-se em comportamento significante. É necessário que toda criança passe por todas as etapas em seu desenvolvimento. O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando oportunidade para que por meio de jogos, de atividades lúdicas, se conscientize sobre seu corpo. Através da recreação a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Para que a criança desenvolva o controle mental de sua expressão motora, a recreação deve realizar atividades considerando seus níveis de maturação biológica. A recreação dirigida proporciona a aprendizagem das crianças em várias atividades esportivas que ajudam na conservação da saúde física, mental e no equilíbrio sócio-afetivo. Bons exemplos de atividades físicas são aquelas de caráter recreativo, que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade; tudo isso visando à formação da sua personalidade.

 

1.7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

           Este trabalho objetivou abordar a importância da educação psicomotora no desenvolvimento infantil e no processo ensino-aprendizagem, bem como a contribuição da psicopedagogia no processo ensinar e aprender, em Educação Infantil. A educação psicomotora, antes de ser um método definitivo é um instrumental no contesto educativo, para questionar os problemas da educação da criança pequena, de uma forma mais ampla. É indispensável nas aprendizagens escolares, e por esta razão deve ser proposta desde a escola maternal e não pode ser desprezado durante a primeira série. Com base neste contexto, percebemos a importância das atividades motoras na educação, pois elas contribuem para o desenvolvimento global das crianças. Entretanto, as crianças passam por fases diferentes uma das outras e cada fase exige atividades propicias para cada determinada faixa etária. Em diferentes práticas pedagógicas observa-se que o uso dos jogos na Educação Infantil quase sempre se fundamenta nos estudos sobre seu papel no desenvolvimento infantil. Talvez este fato já possa ser considerado suficiente para justificar a importância da atividade lúdica na aprendizagem, como recurso psicopedagógico. É preciso valorizar a ação da criança que brinca, é preciso transcender o visível e pressentir a seriedade do fenômeno. O lúdico estimula e desenvolve a socialização, que influi diretamente no aspecto sócio-afetivo, daí sua importância na sala de aula. A psicomotricidade precisa ser vista com bons olhos pelo profissional da educação, pois ela vem auxiliar o desenvolvimento motor e intelectual do aluno, sendo que o corpo e a mente são elementos integrados da sua formação.

Concluindo pode-se dizer que a psicomotricidade é a relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção, visando melhorar o desenvolvimento corporal da criança, bem como a aprendizagem, afetividade, social, tornando-a estruturada para que possa se sentir segura e feliz. A psicomotricidade favorece a criança uma relação consigo mesma, com o outro e com o mundo que a cerca, possibilitando-a um melhor conhecimento do seu corpo e de suas possibilidades. Aplicada na Educação Infantil é capaz de proporcionar um melhor rendimento no processo de alfabetização.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1.8-REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e prática em psicomotricidade: Jogos atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis. Rio de Janeiro: 2006. 


BARRETO, Sidirley de Jesús. Psicomotricidade, educação e reeducação. 2ª ed. Blumenau: Livraria Acadêmica, 2000.

 

FELIX, Weslane C. A psicomotricidade e o lúdico no processo de desenvolvimento infantil na Educação Física. 2005.

 

FERREIRA NETO. Motricidade e jogo na infância. Rio de Janeiro, RJ.: Sprint, 1995. 

FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

NEGRINE, A. Educação Psicomotora: a lateralidade e a orientação espacial. [s.i] Porto Alegre: Palloti, 1983

NEGRINE, A. A coordenação psicomotora e suas implicações. [s.i.] Porto Alegre:Palloti, 1987.

 

OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: Educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. Petrópolis: Vozes, 2002. 

 

WEINECK, Jürgen. – Treinamento Ideal. 9ª Ed. São Paulo: Ed. Manole, 19

 



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui