Usina de Letras
Usina de Letras
249 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140788)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6177)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->PLACA MÃE NÃO GERA FILHOS -- 19/08/2018 - 11:38 (GERALDO EUSTÁQUIO RIBEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PLACA MÃE NÃO GERA FILHOS





Este texto foi fruto de uma discussão entre pai (eu) e filho às 03:Hs da manhã, simplesmente porque meu filho não queria desligar o computador.

Já faz alguns anos que foi lançado o filme “O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON” onde o autor retrata a história do nascimento ao inverso, a pessoa nasce adulta e vai regredindo até morrer. Não vi o filme e pelo que ouvi acho que não gostaria, seria grotesco demais.

Estamos na era da eletrônica e da alta tecnologia, robôs já fazem serviços domésticos e cachorros de lata vigiam as casas.

Uma das primícias do ser humano é envelhecer, mas as pessoas, e principalmente os jovens, ainda não entenderam, ou fingem não entender.

As geringonças eletrônicas não envelhecem, rapidamente ficam obsoletas e logo são substituídas por outra mais moderna, a tecnologia avança a passos largos, e é mutante, muitas vezes deixando para trás sentimentos de ternura.

Os filhos entendem muito de Disco Rígido.

Houve tempos que o pai era chamado de “esteio da casa”, para os mais jovens: esteio é a peça principal de um telhado.

Hoje o disco rígido armazena as informações que cada um acha do seu agrado, e os esteios vão ficando esquecidos na lixeira, ou se tornam simplesmente um rascunho.

Os filhos agora entendem tudo de Placa Mãe.

Que não chora, e não pode gerar filhos.

Mas é a responsável pelo funcionamento da máquina onde todos os componentes são acoplados, e sem ela o computador não existiria.

Igualzinho à Mãe de carne e osso, que abraça todos os filhos com amor e carinho, e sem ela a família não existiria.

O problema é que ela pensa, e não aceita ser formatada na hora que o filho quiser.

Os pais não são perfeitos como os computadores, então é preciso deletar lembranças de ser empurrado em carrinhos de bebês, e de noites mal dormidas porque alguém muito pequeno chorava ou ficava doente.

Para quê conversar com quem não se deixa ser modificado num simples apertar de uma tecla?

Os amigos agora são virtuais.

Os amores são superficiais.

Nós, acima dos cinquenta estamos sendo vencidos pela tecnologia que oferece muito mais atrativos para os nossos filhos.

Que só pensam em nos deletar do seu coração, do seu círculo de amizades, e até da própria vida.

Na mesma proporção que a tecnologia avança, os corações embrutecem e o pensamento dos que se deixam cominar pelas máquinas, será sempre o de vencer mais um desafio destes jogos violentos que nada acrescentam no crescimento moral e intelectual de quem se deixou escravizar.

Os nossos filhos!

Que se trancam nos quartos.

Seu disco rígido não tem espaço para momentos de cumplicidade com os pais.

Sua memória RAM não consegue lembrar quantos abraços e beijos foram compartilhados.

Para quê conversar com quem responde no mesmo tom, ou com alguma autoridade?

As maquinas humanas que formataram suas vidas com carinho e amor, sem disco rígido e sem placa mãe, estão ultrapassadas e precisam ser jogadas em um quartinho dos fundos, misturando-se com as geringonças eletrônicas obsoletas.

Alguns receberão uma visita de vez em quando em um asilo de caridade.

Se os jovens não pararem para pensar, e realmente não fazerem a inclusão do amor junto com a inclusão digital, daqui a poucos anos o mundo será habitado apenas por robôs, e os da minha geração irão se encontrar com a mãe terra muito antes do que pensavam.

Enquanto eu tiver forças vou lutar contra o lado perverso deste senhor de engenho chamado tecnologia.

Não a que veio para melhorar nossa vida.

Mas a que veio para escravizar nossos filhos.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui