TANTOS VERSOS VOANDO PELO AR,
sem ninguém pra fazer a gravação
José de Sousa Dantas, em 27/07/2004
Tanto verso cantado de repente,
retratando um assunto interessante,
sem ninguém pra gravá-lo no instante,
pois se perde no ar completamente,
até hoje não há infelizmente
um setor que registre a descrição,
porque falta interesse e decisão,
que eleve a cultura popular.
Tantos versos voando pelo ar,
sem ninguém pra fazer a gravação.
Se o mundo gravasse cantoria
tinha um vale completo de repente,
reunindo um acervo coerente,
que o homem planeja, canta e cria,
verso, glosa, soneto, POESIA,
conto, frase, cordel, prosa e canção,
tudo serve de luz e de lição,
para o povo poder apreciar.
Tantos versos voando pelo ar,
sem ninguém pra fazer a gravação.
Só quem sabe o valor desse instrumento
é quem quer encontrar material
no teor da versão original,
construído no curso de um evento,
se insiste e não acha no momento,
desanima com a situação,
reconhece não ter repetição
do que houve, para recuperar.
Tantos versos voando pelo ar,
sem ninguém pra fazer a gravação.
Quantas vezes eu resolvi gravar
alguns versos do canto de improviso,
pra mostrar que o trabalho era preciso
e ser feito aqui, em qualquer lugar,
quem quiser consultar, pode encontrar
um elenco dessa reprodução,
neste site e na minha coleção,
venha ler, sugerir e comentar.
Tantos versos voando pelo ar,
sem ninguém pra fazer a gravação.
Tantos versos voando pelo ar,
sem ninguém pra fazer a gravação,
em CD, LIVRO e TELEVISÃO,
dessa nossa cultura popular,
que é rica, distinta, singular,
genuína, instrutiva e resistente,
uma fonte abundante, pertinente,
de encanto, de luz e POESIA.
Se o mundo gravasse cantoria
tinha um vale completo de repente.
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