O sonho da perfeição
É próprio do ser humano.;
Esperamos que este irmão
Se livre do desengano.
Começamos esta tarde
Com grande dificuldade.;
Esperamos que melhore
E nos encha de saudade.
A segunda foi melhor,
Já com jeito de quadrinha.;
Não forçamos nossa barra,
Mas a rima — quadradinha.
Espertos são os heróis
Que à pátria dão suas vidas.;
São cultuados depois:
São pessoas mui queridas.
Estará nosso leitor
Por certo preocupado
Em que o herói é melhor
Se só passou p’ro outro lado?
É que não pensou em si.;
Deixou de ser egoísta:
— “Como eu não sobrevivi,
Ao menos fui realista.”
— “Dando a vida pelo povo,
Ao povo dei-lhe mais vida.;
Faria tudo de novo,
Se voltasse à mesma lida.”
— “Sinto tão-só pelo irmão
Que me estendeu no caminho.;
Confrange-me o coração,
Dedico-lhe tal carinho,
Que o conduzo pela mão:
Não vou deixá-lo sozinho.”
Sinto muito, bom amigo,
Ter estado a perturbar.;
Mas a verdade é que eu
Sou mui fraco em poetar.
A minha história do herói
Foi um pouco incompreensível,
Pois foi preciso dizer
Alguma coisa plausível.
Estamos só realizando
Pequeninos treinamentos,
Para saber como estamos
Nestes desenvolvimentos.
Por certo o bom amiguinho
Já se acostumou conosco,
Pois, sempre que suplicamos,
Ele nos tira do enrosco.
Vejam a quadrinha acima:
Parecia certo o enredo,
Mas tendo-nos dado a rima
Aliviou-nos do medo.
E quanto àquela anterior,
Até houve algo importante:
Só fornecemos a rima,
Mesmo assim foi mui galante,
Pois nos deu toda atenção,
Completando a redação.
Resta agora comentar
O nosso procedimento,
Pois nosso ponto de vista
Encontra seu fundamento,
Redigindo este escrevente,
Faz como se fosse a gente.
Não creia na fantasia
Do nosso bom mediador:
Foi a forma que encontramos
De falar com o leitor.
Já foi o nosso amiguinho
Contar o número aos versos.;
Parece estar contentinho
Com os méritos dispersos.
Estamos chegando ao fim
Desta tarde de poesia,
No que me concerne a mim,
Estou cheio de alegria.
Vamos, pois, já terminar,
Agradecendo ao Senhor,
Por toda a sua bondade
De luz, proteção e amor.
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