Juvêncio tinha certeza que a melhor pinga que havia na vila dos pescadores era a dele, pois por décadas todos os marisqueiros e pescadores vinham sempre ao seu bar, provar dela. Com o progresso, o mar foi sofrendo assoreamento e com isso, todos os imóveis à beira do mar, foram destruídos pela rebeldia da natureza numa época de lua cheia, atingindo inclusive o bar de Juvêncio que, olhando para o que havia sobrado, viu que ali estavam as garrafas da melhor safra local. Decidiu então, ir na cidade vender o que sobrara da ressaca do mar. Mal sabia ele, que havia na cidade um sujeito chamado Boaventura que também era afiado no ramo da cachaça e assim percebeu que a sua relíquia não era tão conhecida na cidade tanto quanto à do concorrente. Com uma corrente e cheio das pingas que sobraram, meteu-se afoito e cheio da autoridade para tomar satisfação do outro que julgara ter “tomado” sua clientela. Seguiu o cidadão e até certa altura, quebrou uma das garrafas de pinga e enfiou no bucho do outro que, atordoado caiu ao chão. A população correu para ver feito urubus policiais, o fato ocorrido. Não deu outra, Juvêncio foi contido pela população que o entregou ao delegado da cidade. Já no xadrez e passado o efeito da cachaça tomou um gole agora da consciência da mazela e consequência que teria que assumir dali em diante, ou seja, ficar na cadeia por pura inveja da cachaça do outro. Pergunta que não cala: VALE A PENA SER INVEJOSO?