Crise sadomasoquista
Mais de cinco décadas já se passaram e me surpreendo com certos posicionamentos. Após o período de eleições notadamente marcadas pela bipolaridade, passamos por uma data que ao longo dessas décadas pós-golpe militar, ela começou a ter uma certa notoriedade justamente por estar novamente o governo sob o comando de representantes de uma estrutura militar com características peculiares que, somente aos que viveram naquele período, conseguem perceber o engessamento político no presente. Ainda que timidamente, foi possível perceber que a repercussão para uma suposta comemoração não teve a significativa importância comemorativa, salvo a memória histórica registrada e marcadamente repugnada pela sociedade. De uma forma geral, não há o que se comemorar regimes ditatoriais que violam os direitos humanos. Há que se refletir e muito sobre as necessidades reais de um país de dimensão continental com uma lista enorme de problemas sociais, econômicos e políticos internos a serem revistos em busca de soluções. Mas ainda somos obrigados a presenciar quadros vexatórios de representantes do povo que deveriam estar a colocar em prática sua função na vida do cidadão que os elegeram. Não citarei o fato por provocar náusea intelectual, e em respeito aos eleitores e a eles mesmos já que os atores em questão, não demonstraram interesse no quesito. Afinal, alguém tem que ter respeito e declarar-se repugnado com certas cenas de explícita e vergonhosa exposição. Eita, Brasilzão! Quando será que vamos ter respeito ao nosso povo sem ter que deixar nos registros da história nacional, a vergonha.
Pedro Bidião de Pilar |