Sempre que os pais me procuravam na sacristia para agendar o batismo do fruto dos seus ventres, eu os ouvia atentamente sobre o interesse em buscar de imediato uma santificação ao rebento até então, pagão. A angústia do paganismo lhes soava como um perigo de exposição da alma do pequeno ser às mazelas do malandro que tentou ao filho do carpinteiro durante sua reclusão no deserto antes de ser entregue as autoridades da época bíblica. Perguntei se eles se preocupavam com o paganismo da criança ou com o paganismo social? Não responderam por não entenderem. Tentei expor a eles que não é o simples ato do sacramento batismal que tornará a criança, um homem com tendência ao cristianismo. Citei vários exemplos, inclusive de diversas autoridades públicas e privadas que apesar do sacramento, deram continuidade ao paganismo social. A alma cheirava-lhes mal para um olfato cristão mais acurado, por mais aparente que fosse a beleza daquele ser atmosférico. Inclusive a minha por ser tão pesada quanto a todos, tinha o peso imposto pela gravidade justamente para nos colocar no devido lugar. Pedi-lhes que eles refletisse sobre o assunto para não serem devorados por uma culpa maior de aumentar o número de cristãos pagãos sociais na humanidade que vem ao longo dos tempos provocando holocaustos desnecessários.