O Ramos, na semana Santa bidiônica
Encontrei um cara sentado num burro sendo ovacionado pela multidão levando Ramos nas mãos para celebrar a chegada a terra sagrada. Todos o seguiam como verdadeiros seguidores atuais da era tecnológica, com a diferença da presença física mais próxima. Nossas curtidas na era da virtualidade, sugerem apreciação tal qual o balançar dos ramos que acompanharam o filho do carpinteiro José. Nem todos que ali estavam naquela euforia, eram fiéis àquele que rompeu com os paradigmas da época. Assim como nas relações virtualizadas, a cena se repete, onde o virtual não corresponde à prática e vice-versa. A distância tecnológica veio reafirmar o afastamento humano ao próximo e portanto, a ausência e tremenda sacanagem a que o humano é capaz de fazer ao outro. Mas, amanhã haverão ramos nas mãos cristãs pagãs, pagas pelo alívio à consciência que sobrepõe o ter ao ser, e assim obter o perdão pelos pecados. Paí, perdoai, porque não sou santo!
Marcos Alexandre Martins Palmeira |