Não se entristeça, querido,
Pois são coisas que acontecem.;
Reanime-se que, um dia,
Todos os males se esquecem.
Não fique muito furioso
Com o dedo que escreveu.;
Vá novamente ao teclado,
E veja em que tudo deu.
Não permita que se estrague
Lindo dia de ditados,
Pois os amigos que escrevem
Não estão preocupados.
Não vamos deixar passar
Tão boa oportunidade,
P’ra lhe desejar os votos
De muita felicidade.
Que mistérios insondáveis
Acontecem nesta vida:
Se você tiver paciência,
A coisa será solvida!
Aos poucos, vão acalmando
Do coração as batidas.;
Veja se você consegue
Fazê-las menos sentidas.
Sabemos que tudo, um dia,
Irá encontrar-se no fim.;
Por isso, alegre-se agora:
Não fique tão triste assim.
Pode ser se perca o texto,
Apague o computador.;
Entretanto, tudo o mais
Demonstrará nosso amor.
Por isso, vá conformando-se
Com a rotina do dia.;
Agora você está lépido,
Apanhando esta poesia.
Mais tarde irá reencontrar-se
Com Dona Núria — sua esposa —.;
Por certo saberá ela
Dar palavra valiosa
Por enquanto, vamos indo,
De vento em popa na prosa.
A poesia chegará
A se tornar mui formosa.
Não se aborreça, portanto,
Por não ter tido sucesso:
Se hoje o dia se perdeu.;
Amanhã terá progresso.
As quadrinhas se acumulam,
Formam já mais de dezena.;
Que diremos em cem anos:
Chegarão a uma centena?
Aos milhares, os versinhos
Já se contam registrados.;
Não fique, portanto, amigo,
Com esse ar preocupado.
Uma mensagem que vai
Não terá grande importância.
Aguarde novo ditado:
Resguarde sua ganância!
Os amigos cá do etéreo
Não se perturbam por pouco.;
Fique longe dos lamentos,
Ou você termina louco!
Sabemos que é perigoso
Deixar as coisas no ar.;
Por isso, reafirmamos:
Somos gratos em te amar!
Parece que as coisas vão
Tomando o compasso certo.;
Fique, pois, querido irmão,
De coração bem aberto.
Se tomarmos sua mão
Para seguir escrevendo,
Ponha-se de bem co’a vida,
Não se deixe ir fenecendo.
Dias de felicidade,
Aos poucos, vão-se firmando:
Já são os mais numerosos
Desde que estamos treinando.
Nós sabemos que a poesia
Não surge tão-só do nada:
É preciso inspiração
P’ra obra ser acabada.
Sendo assim, bom amiguinho,
Assinale a despedida
E os abraços dos amigos
Que irá encontrar pela vida.
Sabemos que há problemas
Ainda por resolver.;
No entanto, não vá parar
De escutar e de escrever.
É tão fácil de atender
Ao nosso chamado amigo:
Basta repetir baixinho:
— É Jesus que está comigo!
Não seria atrevimento
Deixar-se assim envolver,
Por seres do firmamento
Difíceis de conhecer?
Certamente, assim seria
Se quiséssemos somente
Deixar a impressão que um dia
Lograríamos a gente.
No entanto, aqui estaremos
Sempre prontos ao conselho.
Caso o amigo erre a fala,
Descemos-lhe nosso relho.
Sairemos desta vida
Para nunca mais volver?
É o que perguntam pessoas
Que se cansam de sofrer.
Eis aqui mais um versinho,
Para gáudio deste irmão.;
Quem sabe se tranqüilize
E desfrute esta emoção!...
Não sabemos ser possível
Recuperar a mensagem.;
Não desespere por isso,
Não faça qualquer bobagem.
Encerramos os ditados,
Pedindo-lhe p’ra escrever
Que estamos feliz da vida
E logo iremos volver.
Se não ficou muito clara
Essa idéia que expressamos,
Então, que se fique atento,
Que noutro dia voltamos.
Eis aí, bom amiguinho,
Nossa última quadrinha.;
Leve Deus no coração
E não se esqueça da linha.
Queremos deixar bem claro
Que tudo chega a seu fim,
Por isso, aceite um pedido:
Faça uma prece por mim.
Muito obrigado, amiguinho,
Por nos ter dado atenção.;
Agora fique com Deus
E Jesus no coração!
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