Tenho uma companheira na madrugada silenciosa, onde o filho chora e pai não ouve. Minha rede balança numa área com entulhos na caqueira mostrando conforme o vento, olho pra cima. E vejo o espaço e as nuvens desfilando rápida e lenta na dinâmica do universo engenhoso. Minha rede suporta minha carcaça em silêncio, também terá o adeus dela, a cada lavagem de seus fios que vão ficando enfraquecidos. Ela já moldou meu corpo desenhando e me acomodando. Canta no balanço um reco, reco... Todos dormem seus sentidos do dia, alguns pelejam outros festejam. Deitado, o cérebro viaja, então. Parado estou andando no relativo ser, meus neurônios pulando frevo. Às vezes, sinto os microorganismos no meu Interior, aí me vejo um Deus criado na mentira, sucessivamente o micro do macro. Sou um germe do grande organismo DEUS. Eita chuvada rápida nesse mundão véio sem tampa! Como será o novo tempo? Será que terei a senssibilidade de rever meus passos passados e pecar menos, ser lento, aguardar e não desviar o curso natural dia rios? Tou morrendo a cada instante... |