Três verdades são precisas
P’ra atingirmos o progresso:
O amor ao trabalho, o bem
E a certeza do sucesso
É difícil de fazer
Síntese tão condensada.;
Mas é preciso aprender
Ou sairemos sem nada.
Aos poucos, vamos formando
Uma a uma estas quadrinhas.;
P’ra isso vamos contando
As sete silabazinhas.
Realmente, caro amigo,
As coisas não andam bem
Ou saímos no improviso,
Ou o treino fica sem.
Não temos fácil o verso,
Nem nossa rima é fluente:
Se abraçamos o universo,
Devemos ao escrevente.
Sabemos ser mui difícil
Aceitar só seis quadrinhas,
Quando a média desta turma
Vai além de oitenta linhas.
Mas que fazer, bom irmão,
Se não tivermos alento,
Se nos falha a inspiração,
Se este trabalho é um tormento?
Apesar do sofrimento
Os versos vão sendo feitos.;
Não é questão de talento:
É que faltam os trejeitos.
Agora, sim, vamos indo,
Estando com vento em popa.;
Se assim formos prosseguindo,
Vai parecer uma sopa!
Fica o irmão bem contentinho
Co’o resultado das rimas.;
Fechou agora o sobrolho:
Não atina co’as opimas.
Diz que vai desfalecer
E sofrer do coração,
Porque começa a entender
Como é nossa inspiração.
Na verdade, este irmãozinho
Tem sua mente apertada,
Da testa, escorre o suor,
A garganta, ressecada.;
Diz ele que a inspiração
Tão-só transpira.; mais nada.
É verdade, caro amigo,
O dia está “superquente”.;
O resultado das trovas,
Entretanto, está excelente.
Para falar a verdade,
Ao bom amigo escrevente,
É com enorme alegria
Que estamos aqui presente.
Pedimos a Deus bondade,
Boa-fé, esperança e amor,
P’ra exercer a caridade,
Para a glória do Senhor.
Vamos verter a poesia
Com muito amor e emoção,
Mesmo que nossos versinhos
Tenham pouca inspiração.
Suspira o caro escrevente
Esperando terminar.;
Já que é bem grande o cansaço:
E a promessa está no ar.
Como sempre, findaremos,
Elevando o pensamento,
Agradecendo ao Senhor
Este nosso atrevimento.
Lembraremos, ao final,
Que as coisas vão muito bem.;
Continuemos assim:
Tiraremos nota cem.
P’ra completar a vintena
Falta só mais esta aqui.;
Júlio César chamaremos,
P’ra dizer: — “Vim, vi, venci!”
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