Vamos prosseguir dizendo
Que estamos muito contente
Co o desempenho do povo
E com o deste escrevente.
Sabemos ser mui difícil
Agasalhar esta gente,
Mas todo dia é aqui
Que voltamos novamente.
Continuando com os versos
Que vínhamos produzindo,
Não vamos mais ser perversos,
Embora estejamos rindo.
Vai ser mui penoso o dia
Em que deverei parar,
Pois, apesar desta “fria”,
Há uma esperança no ar.
Vou rememorar agora
O primeiro empreendimento:
Já não víamos a hora
De terminar o tormento.
Hoje está muito agradável
De realizar os versinhos:
O médium já chega afável
E os irmãos, com seus carinhos
Se tivermos paciência,
Um dia chegamos lá,
Oferecendo a ciência
A quem assuntos terá.
Ou então atreveremos,
Metendo os ombros na porta,
Com responsabilidade,
Não deixando a letra morta.
Eis que tivemos sucesso,
Neste treino de poesia,
Pois já fizemos progresso
Que nos dá muita alegria.
Se você acha tão simples
Estes versos que fazemos,
Então, há de concordar
Ser isto o melhor que temos.
Podemos, pois, começar
Do médium falando um pouco,
Prevendo que o vão chamar
De feiticeiro e de louco.
Porém, com paciência, irão
Compreendendo o que lêem,
Depondo no coração
As verdades em que crêem.
Falando em simplicidade,
Podemos dizer agora
Que nem tudo, em nossa idade,
Nos tem chegado na hora.
Havemos de concordar
Que, por trás da dita cuja,
Bem tivemos de lavar
Um tanque de roupa suja.
Eis que eu aqui, finalmente,
Estou pondo-me à vontade
P ra dizer aquelas coisas
Que trazem felicidade.
O médium fica contente,
O povo põe-se a sorrir,
Vendo a figura que a gente
Foi capaz de produzir.
Mais um pouquinho e nos vamos
Levando embora a viola,
Já que precisando estamos
De gastar a nossa sola.
Muitos pensam que tivemos
Um pouco de inspiração,
Mas a verdade é que temos
De sofrer transpiração.
Está o médium em sorriso,
Sabendo compreender
Que, p ra demonstrar juízo,
Haveremos de sofrer.
As coisas que demonstramos
Parecem fáceis, correntes,
Entretanto, donde estamos
Observamos as gentes.
Vamos agora dizer,
O coração satisfeito,
Que não pára de bater:
É sino cantando ao peito.
Vemos que o nosso amiguinho
Já se atreve em aventura:
É um versinho simplesinho,
Mas que tem boa estrutura.
Temos imagem na mente
Passível de transmissão,
Mas o que falta p ra gente
É melhorar o padrão.
Para isso, falta pouco,
Mais um tiquinho de nada:
Desprezar o som que é rouco,
Tornar a garganta azada.
De repente, o nosso irmão
Que apanha o belo versinho
Titubeia de emoção,
Demora mais um pouquinho,
Deixando cair no chão
Aquele verso fresquinho
Que havíamos preparado,
Estando aqui ao seu lado.
Vamos depressa ao ditado:
Não permaneça parado,
Esperando inspiração.;
Temos pressa de dizer
Que aqui estamos a ver
Se é possível transmissão.
Por certo, o nosso amiguinho
Terá muito que aprender,
Mas, se esperar um pouquinho
Nesta hora de escrever,
Sempre dará um jeitinho
P ra inspiração não perder,
Fazendo com que estes versos
Percam seu ar de perversos.
Agora estamos contente
Com esta velocidade,
Pois nos sentimos presente,
Cheio de felicidade.
Mais um pouco e terminamos
Esta tarde de poesia,
Pois o cansaço dos versos
E de nossa cantoria
Coincide com a chegada
Do pessoal desta casa.
Agradeçamos a Deus
Por estarmos trabalhando:
É sinal de que esta vida
Progride e vem melhorando.
Os versos não ficam bons
Pois estamos preocupado.;
Por isso, vamos parando,
Cada qual indo p rum lado.
A vida é só isso mesmo:
Tem seu alto e tem seu baixo.;
Mas tudo, no fim, são bens:
É bem aí que eu me encaixo.
|