Mãos esquálidas nos bolsos furados,
Olhos baços perdidos no mundo irreal,
Que de sua triste vida é o supremo ideal,
O maior dos seus sonhos já sonhados.
Roupa limpa, mesmo tendo remendo,
Um prato quente de abençoada comida,
Uma palhoça no morro que lhe dê guarida
Quando no inverno estiver tremendo.
Caminhando ou sentado nas estradas
Debaixo do sol ou das noites estreladas
Tem na cabeça esse sonho como canção.;
Cantada num palco por seres fantásticos,
Onde ele, marionete movida por elásticos,
É mais um na real miséria da nação...
10/10/03.
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