FRAQUEZA D’ALMA
(Maria Hilda de J. Alão)
Eu plantei, tu também plantaste
Uma bela roseira na natureza,
Que deu flor em aurífero engaste
O amor, jóia de rara beleza.
Um dia, às escondidas, tu a roubaste
Revelando d’alma a fraqueza
Ao ofertá-la a outra tu me puniste
Fazendo de mim uma mulher triste,
Vestindo a grossa capa do fastio
Sem ter primavera, só rigoroso inverno
Sendo os meus suspiros ais que te envio
São penas que só existem no inferno,
Porque o teu calor tornou-se tão frio,
Um gelo cortante, um veneno interno
Adaga com a qual meu coração feriste
Restando-me somente estes versos tristes.
Já não me inspira a beleza da aurora
Nem do arco-íris as cores ver eu consigo
Pois tenho nublados os olhos agora
Pelas lágrimas que correm a toda hora
Porque sei que não vens ter comigo.
15/10/03.
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