Falamos pouco do bem
Que nos envolve um a um.;
Digamos seja, também,
Como este ar tão comum.
Quando estamos preparados,
Tudo nos vem muito fácil:
Seja da vida uns retratos,
Seja da morte este ar grácil.
Não entendo bem por que
As coisas vão encaixando:
Quando paro de escrever,
Vai o verso continuando.
Estão as coisas difíceis?
Não somos já respeitados?
Aprestemos nossos mísseis:
Versos por todos os lados!
Não cumprimos a ameaça,
Apesar desta promessa:
Nem tudo nos sai de graça,
Porém, muito aí começa.
Estamos deixando os versos
Até que bem imperfeitos,
Não por sermos tão perversos:
Por não termos outros jeitos.
Não iremos ter sossego,
Nem que tudo se esclareça,
Pois, p ra nosso “descarrego”,
É bom que o bem apareça.
Às vezes, damos a idéia
De que somos imperfeitos:
Nem Jesus da Galiléia
Demonstraria outros feitos.
Conhecemos um menino
Que tem um grande problema:
Toda vez que bate o sino,
Ele muda de sistema.
Caprichamos nós na rima
Até perder o sentido.
Vejam os versos acima,
Como soam mal no ouvido...
Já se cansa este poeta
Deste imenso versejar:
É que não somos o atleta
Dest’arte de bem rimar.
Fica alegre este irmãozinho
Toda vez que a rima acerto:
Sabe não estar sozinho,
Mas que alguém está por perto.
Ele pensava hoje cedo
Que os versos vinham na hora.;
Pois, da forma que procedo,
O improviso não demora.
Realmente o bom amigo
Come um bocado de pão,
Enquanto fala comigo,
Nesta forma de canção.
Por isso não é difícil
Escrever algumas quadras:
É como jogar um míssil,
Visando errar as esquadras.
Não se conforma o amigo
Que os versos sejam “fuleiros”.;
Pare de brigar comigo:
Reclame dos fuzileiros.
Este dia é parecido
Com todos os anteriores,
Mas temos desenvolvido
Para a poesia os pendores.
Quando o verso chega fácil
E esta rima não destoa,
O pensamento sai grácil,
A poesia fica boa.
Adeus, caríssimo amigo.;
Hoje foi curta a visita.
Não se aborreça comigo,
Por esta rima esquisita.
Agradeçamos ao Pai
O sossego desta horinha:
É a vida que se esvai,
Sem nascer erva daninha.
Muito obrigado, Senhor,
Por nos ter assim unido.
São destes laços de amor
Que o mundo tem prescindido.
Queremos dizer com isso
Que nossa vida prossegue,
Com amor cheio de viço,
Nas mãos do Senhor entregue.
Este último arremesso
Vai-nos dar felicidade,
Pois nunca mais eu esqueço
Da nossa mediunidade.
Queremos alegre o médium,
Nesta tarde tão faceira,
Seja por meu intermédio
Ou de nossa turma inteira.
Quer-nos ele agradecer,
Também na forma de verso,
Mas se recusa a fazer
Algo que seja perverso.;
Está pronto a oferecer
Todo o infinito universo,
Mas, por ser pobre este irmão,
Só nos deixa o coração.
A hora já é chegada
De abandonar este posto.;
Pois que fique bem marcada
Nossa expressão de desgosto.
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