Diz o médium p’ra esperar
Que se assente o pensamento,
P’ro ditado começar
E manter seu seguimento.
Não temos muitas histórias
De fatos bem sucedidos.;
Aguardemos as vitórias
Destes ritmos atrevidos.
Enquanto isso, saltamos
Dum versinho sem sentido,
Para outro que julgamos
Bem melhor desenvolvido.
Não se contenta conosco
Nosso médium conhecido,
Por ter enfrentado enrosco,
Com seu despacho atrevido.
Aos poucos, vamos formando
Os conceitos principais,
Um a um assimilando,
Não mendigando jamais.
Precipitemos as rimas.;
Façamos versos felizes.;
Conquistemos as estimas.;
Lancemos nossas raízes.
Caso haja atrevimento,
A ponto de não dar certo,
Pensaremos um momento:
Pregaremos no deserto.
Existe certa verdade
Nas rimas que se apresentam,
Pois trazem felicidade:
Não são festas que se inventam.
Por outro lado, os versinhos
Se fazem com perfeição:
São rosas com seus espinhos.;
São flores que caem ao chão.
Já me sinto bem seguro
Desta estrofe dominar.;
São as fumaças dum “puro”
Que se evolam pelo ar.
Falta agora um bom assunto
Tentar aperfeiçoar,
P’ra não fundir o bestunto
De quem só quer ajudar.
Fez bem o nosso irmãozinho
Ao se apresentar de novo.;
A galinha volta ao ninho,
Ao pressentir outro ovo.
Sabemos que são imagens
E o que é linguagem pura.;
Carreguemos nas mensagens.;
Sofreemos a figura.
Se fosse nossa poesia
Apenas um dom artístico,
Para cada melodia,
Faltaria ensino crístico.
Mas como queremos dar
A impressão dum ser perfeito,
É preciso carregar
Nos termos que levam jeito.
Deixemos de lado as rosas,
Separemos os espinhos.;
As rimas serão formosas,
Se tratadas com carinhos.
Aos poucos, vamos firmando
Os temas mais importantes.;
Sob um seguro comando,
Os versos ficam soantes.
Qualquer dia, chegaremos
A falar de Jesus Cristo,
Para dizer-lhe que temos
Grande amor ao fazer isto.
Por enquanto é treinamento,
Mera poesia dum dia,
Levada ao sabor do vento,
Desfeita na ventania.
Querido diário meu,
Eis bem aqui no que deu
Todo este atrevimento:
Estou com fome de versos,
Mesmo que sejam perversos,
Para expor meu sentimento.
Assim o dia vai indo,
Ora feio, ora lindo,
Mas sempre com emoção.;
Vou tirar minha casaca,
Vou curar minha ressaca,
Vou de amor no coração.
Compreendo que o nosso amigo
Se sinta feliz comigo,
Quando tudo corre bem.;
Porém, mantenha a esperança,
Se hoje a gente se cansa,
Volte amanhã, que aqui tem.
Preciso continuar
Mais um pouco esta poesia:
‘Tá na hora de rezar
P’ra agradecer este dia.
Querido Senhor Jesus,
Encha-nos com sua luz,
Faça-nos agradecidos:
Precisamos ser ouvidos
Pelo Pai no Infinito
Ao lançar o nosso grito,
Confirmando todo o amor
Pelo nosso Criador.
Ao querido Wladimir,
Minha palavra final:
Espero que vá dormir,
Sem me querer muito mal.
Mas agora a coisa é séria:
Foi-se o dia da miséria,
Da claridade sem sol.;
As aves tornam aos ninhos,
O amante produz carinhos,
Já se joga futebol.
“Se meu cálculo não erra”,
Acabou-se a nossa guerra
O verso já sai perfeito.;
Isto posto, ato contínuo,
Num defeito descontínuo,
Descontinuo o defeito.
Vamos parar de brincar,
Com esta felicidade,
Posto saibamos que amar
Costuma deixar saudade.
Tomarei a iniciativa,
Vou parando por aqui.;
Minha saudade está viva,
Pelo tempo em que vivi.
— “Good bye!” —, caro afilhado,
Estou deixando-o na mão,
Mas não vá ficar irado:
Você tem meu coração.
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