Pensava nesses últimos dias, em como nos adaptamos à tudo. Mudamos de status com a velocidade da luz. Na era da informática, da gigante celeridade dos fatos, tornamos quaisquer um, em celebridades ou monstros, numa fração de segundo. Do dia pra noite, ganhamos ou perdemos riquezas. Moramos em palácios ou em casebres, somos livres ou encarcerados, física ou mentalmente, e esses desdobramentos são perigosos. Estamos colados, e no momento seguinte, afastados, por fatos, situações, que nem ao menos tem uma explicação lógica, ou, se tiver, o mundo faz questão de esconder. Somos santos, e no momento seguinte, diabos. Temos um amor imenso e no momento seguinte, a distância, indiferença, falta de cuidado. O mundo está louco ou rápido demais, fora do padrão conhecido por nossa geração. As coisas e a vida estão se deteriorando rápido demais. O relógio tem pressa, como o coelho da Alice no país das maravilhas. Somos simplesmente levados, por verdades e mentiras, por pensamentos exdruxulos, por ideias macabras, por sentimentos ruins. Somos nós a geração do fim? Estaríamos nós na era das desesperanças? Onde estão os momentos suaves e tranquilos que à pouco nos levava pelas terras dos sonhos? Onde está o afago, a delicadeza? Nesses novos tempos, como virar a chave e entender o que se passa?
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