O POMO
(Maria Hilda de J. Alão).
Tal perfeição a ninguém espanta,
Pois foi esculpido por um Ser generoso,
E, ao sazonar-se, a sua beleza se agiganta,
Exalando um perfume suave, voluptuoso.
Nascido de alvíssima flor parece um botão
Preso entre folhas em alegres folguedos,
Balançando como um rubro coração.
Foi, da mulher, a tentação, um dos brinquedos,
Um grande jogo de ilusórios espelhos,
Confundindo o homem, tombou-o de joelhos,
Subjugado pelo pecado, ao solo,
E sem tino desobedeceu as ordens divinas,
Mordeu o pomo e adormeceu no colo
Da “costela” no paraíso em ruínas...
14/11/03.
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