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Poesias-->34. ANUNCIANDO A DESPEDIDA -- 01/12/2003 - 07:31 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Devo dizer a verdade

Que em meu coração se encerra,

P’ra demonstrar lealdade

Aos meus amigos da Terra.



Não tenho grande esperança

De deixar forte registo:

A verdade não se alcança

Quando o sentimento é misto.



Não fomos de todo mal

Em nossas quadras acima.;

Mais importante, afinal,

É quanto a gente se estima.



Se falharmos neste intento

De fazer versos perfeitos,

Lavraremos nosso tento

Nos textos que forem feitos.



Há garrafas que estão cheias

De líqüidos prodigiosos,

Bem assim, as nossas veias

Contêm plasmas valiosos.



Era assim que eu desejava

Que fossem os versos meus:

Cheios da voz que brotava

Dos mandamentos de Deus.



Sinto, porém, que na vida

Não amealhei virtudes

E esta minh’alma ferida

Só contém idéias rudes.



Quando ao amor me refiro

Como algo mui superior,

Sinto que apenas sugiro

Um bem sem qualquer valor.



É que, à emoção do relato,

Não sinto qualquer poesia:

Deu-se a vida como um fato

Comum, neste dia-a-dia.



Por isso, os versos que faço

Mais se parecem com prosa,

São mais rígidos que aço,

Não têm odores de rosa...



Mas, falando francamente,

Neste treino que angustia:

Não é verdade que a gente

Já não gosta de poesia?...



Se estes versos são “quadrados”,

Cheios de termos “vazios”,

Tidos por “arrevesados”,

É lixo lançado aos rios.



Se são simples as quadrinhas,

Com suas rimas bem fáceis,

Já lá vêm as ladainhas,

Com ares gentis e gráceis...



Se a lição for oportuna,

Cheia de sabedoria,

Já se espera mão gatuna,

A furtar de outra poesia.



Se somos originais,

Nossa verve se confunde:

Ninguém nos entende mais,

Nossa fé não se difunde.



É preciso acreditar

Que ainda existe no mundo

Quem saiba o que seja amar

Com sentimento profundo.



Eis aí nossa harmonia

Que dará razão de ser

P’ra triste, humilde poesia,

Que brota do bem-querer.



Se existem bons sentimentos

No fundo dos corações,

Louvemos estes momentos

Em que entoamos canções.



Nosso verso se engrenou,

Nossa rima se ajustou,

Nosso escrevente sorriu.;

Agora já temos calma,

Está feliz esta alma,

Nosso grupo já se uniu.



Sinceros são os desejos

Que nos inspiram os beijos

Nestas rimas mui formosas.;

Se temos tido vergonha,

Já não nos chamam “pamonha”:

Já recendem nossas rosas.



Serão felizes os dias

Em que mais belas poesias

Florirem neste jardim.;

Sentiremos as virtudes,

Não serão emoções rudes

Que se apossarão de mim.



Se dissemos a verdade,

Foi por pura caridade,

Já que a verdade não dói.;

A mentira descoberta

Somente fúria desperta:

Fazer bem, isso não sói.



Se tivermos paciência,

Em breve, com eficiência,

Brilhará nossa poesia,

Já que estamos progredindo,

Nosso verso fica lindo,

Enche-se de melodia.



Se o nosso exercício finda,

Enquanto temos ainda

Algo bom para dizer.

— “Não faz mal!” — retruca o médium,

— “É só por seu intermédio

Que demonstro bem-querer.”



Se tivermos paciência,

Se for pouca a exigência,

Terminamos o trabalho.

É que a nem tudo na Terra

Nosso coração encerra,

Nem dá noss’alma agasalho.



Nós já estamos bem feliz

Com a nossa diretriz

P’ro trabalho deste dia.

Vou encerrar o tormento,

Pois tenho o pressentimento

Que a mais não me atreveria.



Tenho ainda p’ra dizer

(Talvez nem fosse escrever)

Que alguma luz já se fez,

Pois, por força de Jesus,

Que o nosso mundo conduz,

Voltaremos outra vez.



Só vou pedir ao irmão

Que queira de coração

Escrever estes ditados.

Está bem pertinho agora

De sabermos quão sonora

É a tal poesia dos grados.



Adeusinho, caro irmão,

Receba de coração

Os amigos desta esfera,

Agradecendo ao Senhor

O nosso pacto de amor,

Esta amizade sincera.



Apenas p’ra terminar

Resta ainda desejar

Que Jesus nos abençoe,

E que nos leve consigo,

Do sofrimento ao abrigo,

Que todo mal nos perdoe.



Sabemos ser sacrifício

Afastar-se do bulício

Das formas de nosso verso,

Mas é bem chegada a hora

De todo o grupo ir embora,

Em outro trabalho imerso.



Ao nosso Pai oraremos

E tudo agradeceremos,

Com o coração na mão,

Já que sabemos da luta

Que exige força bem bruta,

Para a nossa salvação.



Bem gratos, pois, irmãozinho,

Vamos deixando o carinho

Destes versinhos finais.;

Não se queixe do trabalho:

Você está quebrando o galho,

Ouvindo estes nossos ais.



Se tivermos um tempinho

P’ra agitar nosso lencinho,

Em sinal de despedida,

Fique apenas um instante:

Um só segundo é o bastante

Para salvar uma vida.



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