Os nossos textos de hoje
Não servem p ra publicar,
Entretanto, as duas turmas
Se preparam p ra rimar.
Não vamos fazer sucesso
Com nossas quadras de agora,
Mas demonstramos progresso,
Que a esperança revigora.
Deixe bem solto o seu pulso
E vazia a sua mente,
Para receber o impulso
Que irá deixá-lo contente.
P ra que se possa escrever
Versinhos em treinamento,
Não é preciso tremer:
Não é grande este tormento!
A cada vez que hesitar,
Voltaremos a orientar
A maneira de escrever.;
Vamos variar a rima,
Mas jamais a nossa estima,
Nosso amor e bem-querer.
Se você sair agora,
Demonstra necessidade.;
Se decidir ir embora,
Vai ser ato de vontade.
Não se acanhe, caro amigo,
Leve este papel consigo,
E continue a escrever.;
Se tiver boa vontade,
Não é nenhuma maldade:
Nós não iremos sofrer.
A fisiologia humana
Só demonstra ser insana
Quando agasalhar malícia.
Se o homem for divertido,
Haverá de ter sentido
Alguma leve estultícia.
Que lhe parece escrever,
Atendendo o compromisso
Bem longe de seu cantinho?
Não é o mesmo querer?!
Não é o mesmo serviço?!
Não é o mesmo carinho?!
Não se surpreenda, amiguinho,
Se chegarmos de mansinho
E se nossa letra é feia.;
Mais tarde, com sentimento,
Dará novo tratamento:
Não há sapatos sem meia.
Pois já não fique acanhado,
Não fique preso, soldado
Aos aspectos exteriores.;
O mundo é amplo, larguíssimo,
E você, amabilíssimo,
Ao ouvir os seus mentores.
Parecemos ofendidos
Por nos ter dado os ouvidos,
Escrevendo no banheiro?
Estamos bem à vontade,
Cheios de felicidade,
Por sermos o pioneiro.
Se não quiser nossa graça,
Se somos jóias com jaça,
Perdoe-nos, caro irmão.;
O que menos pretendemos
É nas mãos deixar-lhe os remos,
Tristeza, no coração.
Se você parar um pouco,
Não nos faça ouvido mouco,
Mantenha a concentração.;
Assim que estiver de volta,
A sua pena se solta,
Continua a imantação.
Desejou você sentar-se,
Num desafio à catarse
E a toda esta inspiração,
Mas deverá surpreender-se,
Precisando até conter-se,
À vista desta canção.
Caso queira ir devagar,
Nada deixando no ar,
Anotando boa rima,
Sorriremos de alegria:
Com isso a nossa poesia
Caminhará para cima.
Por mais que nos empenhemos,
Empunhando os nossos remos,
O barco vai devagar.
Se desfraldarmos as velas,
Faremos poesias belas,
Com o risco de afundar.
Mas a estima do irmãozinho
Vai mostrando este caminho,
Em busca da perfeição.;
Às vezes, nós tropeçamos,
Outras vezes, nós oramos,
Em busca de proteção.
Vamos levando esta vida,
Que nos parece comprida,
Rebeldes de fazer dó.;
Mas de Deus sua justiça
À verdade nos atiça,
E voltamos a ser pó.
Bem quiséramos, um dia,
Impregnar a poesia
De muito amor e emoção.;
Mas é preciso esquecer
O nosso enorme querer
E dar força ao coração.
Não se suponha sozinho,
Ao receber, com carinho,
Nossa manifestação.;
Se hoje é só treinamento,
Há de chegar o momento
De maior exaltação.
Já levamos de vencida
Boa parte da corrida,
Resta agora terminar.;
Ao chegar o fim do dia,
Cessa também a poesia:
Volta o médium a seu lar.
E os espíritos, no etéreo,
Recolhem-se ao ministério
Das tarefas que persistem.;
Saldado o seu compromisso,
Vão assumir o serviço,
Pois p ra ele é que existem.
Vamos dar o nosso adeus,
Rogando para o bom Deus
Que nos ampare na Graça,
Que transforme todo o mundo,
Na vontade dum segundo,
P ra sermos jóias sem jaça.
|