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Poesias-->11. DA AMIZADE E DO AMOR -- 14/12/2003 - 07:15 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Se tivermos um desejo,

Desde que seja puríssimo,

Exclamemos: — “Hoje eu vejo

Que do Céu estou pertíssimo!”



Configuremos a quadra

Para dar certo a poesia:

O bom fotógrafo enquadra

P ra sua fotografia.



Já vencemos duas trovas,

Sem valor mas verdadeiras.;

Suas teses não são novas:

Não são também brincadeiras.



Conhecendo este escrevente,

É mais fácil poetar:

Presta atenção nesta gente

E não sabe recusar.



Tem suas dificuldades

Na hora em que vai rimar.;

Mas elimina as maldades

Conjugando o verbo “amar”.



Ao gravar estas poesias,

Fá-lo com muito cuidado:

São grandes as alegrias

Do trabalho terminado.



Datilografando os versos,

Sente maior segurança:

Já não são mais tão perversos

E o compadre não se cansa.



Se usamos de intimidade,

Fazemos por concessão

De sua augusta bondade,

De seu grande coração.



Acha ele divertido

Ir levando nossos versos,

Mesmo quando o seu sentido

Conota temas perversos.



Não sabemos a razão

Desse desejo tão grande

De nos dar a permissão,

Mesmo que a coisa desande...



Diz ser bom o treinamento

Do apanhado da poesia:

Traz-lhe o desenvolvimento

E o vigor da melodia.



Talvez ele não admita

Fracassar em seu trabalho:

Posto tenha a alma aflita,

Sempre quebra o nosso galho.



As quadrinhas deste dia

Só servem de treinamento:

Repetem a melodia

Num monótono lamento.



Se cabe aperfeiçoar

O sentido da poesia,

É preciso melhorar

Muito mais a melodia.



Se falarmos dum amor

Que por nós tenha passado,

Façamo-lo com ardor,

Por termos aproveitado.



Se tivermos hesitado

Ao demonstrar-lhe o vigor,

Por certo foi despojado

De sentido e de valor.



Mesmo que tenha encontrado

No caminho muita dor,

Terá mui bom resultado,

Ou não terá sido amor.



— “Mas estive apaixonado!” —,

Vai dizer o sofredor,

Ao curtir, atrapalhado,

Um sentimento inferior.



Será bom deixar de lado

Seu desejo de cantor,

P ra não ficar desolado

Diante do Criador.



É um dom continuado

Nosso existir redentor,

Por que estar amargurado

Se nosso Pai é amor?



Há sempre encontro marcado

Entre os que causaram dor.;

Mas quem será perdoado,

Quem será perdoador?



O amor será resgatado,

Independente da dor:

Todo bem será forjado,

Segundo as leis do Senhor.



Se tiverem paciência,

Irei chegar até o fim,

Cumprindo com proficiência

O que se espera de mim.



Só falta mais um pouquinho

Para encerrarmos a tarde.;

Cá chegamos de mansinho:

Agora um fogo nos arde.



Por ser o primeiro dia

Em que se aplica o sistema,

Foi difícil a poesia,

Talvez por causa do tema.



Das vinte e cinco quadrinhas

Que damos por terminadas,

Razoáveis são pouquinhas

Que possam aproveitadas.



Nós ficaremos contente

Com uma só publicada.;

Não somos inteligente:

Somos só alma penada.



Se não gostou do estribilho,

Se nada viu de incomum,

Cuide dele como a um filho,

Mas não publique nenhum.



Nossa recomendação

Está sendo recebida

Sem qualquer hesitação:

Assim se cresce na vida.



Para crescer inda mais,

Vai ser preciso estudar

Quais são os seus ideais

E deles não se afastar.



Seguimos somente as leis

No Evangelho registradas.;

Se tivermos outros reis,

As almas ficam danadas.



O que queremos dizer

É que só tem importância

A forma do bem-querer

Que não demonstra ganância.



Por tudo o amor se reparte

Pois é de Deus que ele vem.;

Se da vida fizer parte,

Há de ser o sumo bem.



Nós já vamos retirar-nos,

Pois o médium se cansou.;

Queira Deus abençoar-nos:

Nossa inspiração findou.



Até logo, caro amigo,

Não fique triste comigo,

Se me falta inspiração.;

Assim que surgir um tema

Que não me cause problema,

Dar-lhe-ei meu coração.



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