MEU GATO.
(Maria Hilda de J. Alão).
Esse gato que dorme em meu regaço,
Tem um jeito malemolente de caminhar,
Olhando-me com olhos de frio aço
Deixando-me os dedos mergulhar,
No pêlo macio e sentindo as carícias
Ronrona e aconchega o seu torso
Desfrutando no âmago as delícias
Da minha mão no rajado dorso.
E dorme um sono bom, profundo,
Mantendo alerta o instinto felino
De defesa, escondido no fundo
Da sua essência de animal fino.
Sonha com o roedor que o aperreia,
E com fêmea que o faz perder o tino,
Ri do cão preso à longa correia
Pois é livre como vento sem destino.
01/02/04.
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