TODA TERNURA
Maria Hilda de J. Alão
A tentação sempre me assalta
Jogando malhas para me prender,
Cercando para pilhar-me em falta
E minh’alma no inferno perder,
Com esses versos de rimas raras,
Que na voz dele ganham feitiço
De sereno no frio das noites claras
Fecundando, das flores, o viço.
Deixo que ele me enrede a alma,
E sem forças eu perco a razão
Pois nada há que restaure a calma
No meu apaixonado coração,
Que, com os beijos dele, se extasia,
E jamais se sente enfarado,
Se pudesse ficaria noite e dia
Nos seus braços amparado,
Sentindo no corpo embevecido,
De doce melodia a vibração pura,
Que sai da mão desse homem proibido
Semeando amor com toda ternura.
13/02/04.
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