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Poesias-->8. REFLEXÕES NO UMBRAL -- 22/02/2004 - 07:43 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Sentadinho no meu posto,

Esperava, paciente,

Que o escrevente desse gosto

De atender a esta gente.



Vou agora descrever

O que comigo passou.

Cumpro assim o meu dever

E um bom exemplo lhes dou.



Quis um dia ser ferreiro,

Que com ferro fui ferido.

Desejei ser o primeiro,

Eis que, então, me vi perdido.



Era meu adversário

Um sujeito muito atroz:

Vi-me, então, um réu primário,

Carregando o meu algoz.



Pois livrar-se do inimigo

Não é pôr-lhe fim à vida:

É torná-lo bom amigo,

Dando-lhe n alma guarida.



Cometi um tredo engano

Ao afastá-lo de mim.

Se tivesse sido humano,

À querela punha fim.



Sofri muitos dissabores,

Conheci tremendas dores,

Perpassei por maus pedaços,

Só porque não tive pena,

Só porque vivi a cena,

Sem estender-lhe os meus braços.



Ao morrer, penei no Umbral,

Compreendendo esse meu mal

Como um pecado maior.;

Cheguei mesmo a suspeitar

Ser eterno esse penar,

Por me ter feito pior.



Mas seguia-me o fantasma,

Trazendo minh alma pasma,

A rir muito do desgosto.;

Por toda a parte, ele estava,

Com seu dedo me acusava,

Esfregando-me no rosto.



Muito tempo passei louco,

Mas me refresquei um pouco,

Quando me vi num espelho.

Julgava ser monstruoso

Com meu visual rugoso,

Pois morrera muito velho.



Entretanto, o que ali vi

Não foi só o que eu senti,

Mas também o que eu pensei.

É que este espelho-verdade

Refletiu, por caridade,

Do Universo a eterna lei.



Comecei a ter saudade

Dos meus tempos na cidade,

Ao conviver com meus pais.

Eram tempos de inocência,

Sem saber e sem consciência,

Que não voltaram jamais.



Vi, então, que era possível

Me livrar do medo horrível,

Através da fantasia.

Conjeturei muitos mundos,

Criando amores profundos,

Dando-lhe os tons da poesia.



Afastava-me das dores,

Em meus sonhos multicores,

Dando trégua ao desespero.

Nesse tempo de esplendores,

Desenvolvi meus pendores,

Tendo errado em exagero.



Mas foi quando eu percebi

Que tudo o que havia ali

Partia de mim somente.

Comecei a orar a Deus,

Que cuidasse bem dos meus

E de toda aquela gente.



Nem bem terminei a fala,

Um clarão encheu a sala

De luz, de felicidade.

Diante da multidão,

Foi com tremenda emoção

Que rejeitei a maldade.



Meu desafeto de outrora

Apontava-me a aurora

De novos empreendimentos,

Dizendo haver entendido

O fato de ser ferido,

Em rudes ensinamentos.



Hoje os dois estamos juntos,

A burilar tais assuntos,

Nesta forma de poema,

P ra que nossos semelhantes

Possam conhecer bem antes

Dessa vida o teorema.



Pois temos muita esperança

(“Quem espera sempre alcança”)

De nos fazer entendidos,

Apesar dos contratempos,

Já que os versos têm seus tempos

Que, perversos, são medidos.



Meus amigos, eu lhes peço

Que, ao desejarem sucesso,

Não se esqueçam dos demais.

A todos Deus abençoa,

Mas a vida não perdoa

Quem não perdoou jamais.



Se tivermos inimigos,

Evitemos os perigos,

Pondo fim ao vil combate:

Uma derrota na vida

Pode ser compreendida,

Sem que seja xeque-mate.



Não sei se colaborei

P ra que conheçam a lei

Dos efeitos e das causas.

Se colocarem sentido

No ferir e ser ferido,

As guerras hão de ter pausas.



Ergamos preces a Deus,

Nesta hora e no adeus,

Quando envoltos na mortalha.

Agradeçamos a glória

De alcançarmos a vitória,

Ao perdermos a batalha.



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