Vou fazer alguns versos bem porretas,
A molde de deixar todos tranqüilos:
Ao tocar nos coretos as retretas,
Os maus e os bons não há que distingui-los.
Eis que tudo na vida vem perfeito,
A nos provar a força e o destemor,
Se soubermos mudar a dor no peito,
Dando-lhe o tom sublime d alto amor.
Caso tenhamos zelo apetecido,
Por nos julgarmos fútil e infeliz
Não nos vamos dar ares de vencido,
Que de Jesus é outra a diretriz.
Vemos que o dia está mais produtivo,
O irmão que nos ajuda mais contente:
Não será outro o nosso objetivo,
Senão levar o bem a toda a gente.
Vamos deixar bem claro o treinamento,
Para que não se pense em grão fracasso.
É que cumprir o trato, sem tormento,
É para quem é bom, com nervos de aço.
Na corrida que empreendo junto ao médium
Vou me esfalfando a ponto de enjoar,
Mas para tais enjôos bom remédio
É predispor-se bem ao ir ao mar.
São providências mínimas que tomo,
P ra não perder o curso destes versos:
Se forem ferozes, eu, então, não domo,
Restando lamentar sejam perversos.
Por isso, devagar, eu não me arrisco
A fomentar angústias e lamentos:
Se, p ra prender as aves, serve o visco,
P ra embaraçar poetas, pensamentos.
Se eu quisesse deixar bem registrado
Qual é a maior virtude p ros humanos,
Diria que a paciência, em alto grado,
Evita cometamos mais enganos.
Eu quero dar ao médium parabéns,
Por demonstrar paciência até o fim,
Mesmo sabendo ser de alguns vinténs
A recompensa ao dar vozes a mim.
Vou terminar estando na ofensiva,
Que é sempre bom deixar alegre o povo:
Torna a satisfação mais quente e viva,
Desejo de nos ver aqui de novo.
Queremos dar a Deus o que é de Deus,
Orando pelo bem da humanidade:
Ao César material, muitos ateus
Acendem velas, sem qualquer piedade.
No entroncamento destas atitudes,
Muitas pessoas agem sem consciência:
Buscam seguir as normas das virtudes,
Mas não sabem do vício a conseqüência.
Vamos ter firme força de vontade,
Mantendo reto o rumo da virtude.
Se no caminho houver contrariedade,
Jesus dará o exemplo da atitude.
Se tivermos amor como parceiro,
Nas andanças da vida que nos coube,
Na avaliação dos bens, virá primeiro
A caridade a quem de nós não soube.
Iremos tão-somente agradecer,
Na hora derradeira desta tarde,
Alegre por cumprir este dever,
Que o coração no peito sempre arde.
Se todos estes versos são porretas,
Será bem pobre o nosso julgamento.
Entretanto, não façam mais caretas,
Que às dores demos bom esquecimento.
Cristo—Jesus atende ao nosso grito,
Que nossa luz se apaga pelos crimes.;
Dá a quem sofre a bênção do infinito,
Tornando as nossas almas mais sublimes!
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