SOLIDÃO
Maria Hilda de J. Alão.
Como lobo a uivar para a Lua,
Tua alma entra em triste agonia,
Sem forças para escapar da sombria
Nave que no mar da solidão flutua.
Eu te amo e muito eu queria,
Salvar-te desse mal que te acua
Nos cantos da vida onde atua
Essa atriz, cujo papel esfria,
O fogo do viver e apaga os clarões
Da alegria que te fazia ser cativante,
Com ares de belo e travesso infante,
A machucar incautos corações.;
Deixando lágrimas por toda parte,
Sempre encontrando escape, um meio,
Tortuoso de não dizer a que veio,
Como um forasteiro que chega e parte.
Dizes que não mais esperas a aurora,
Que te amar não é vantagem, não adianta,
Pois, a cada dia, a dor se agiganta,
Mesmo sabendo que minh’alma te adora.
11/04/04.
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