ESTRANHO MONUMENTO
Maria Hilda de J. Alão.
As bombas caem no chão escancaradas,
Marcham todos soldados do universo,
E o povo, coitado, foge disperso,
Levando a carga de dores passadas.
Procissão de gentes esfarrapadas,
Neste tempo de conflito perverso
Olham para estrelas no universo,
Porque, no chão, as vidas estraçalhadas
Vão formando um estranho monumento,
Ratificando a visão do profeta
Que vaticinou o fim em enfretamento
Dos povos ao som da rouca corneta
Disseminando o ódio em cem por cento
Para que genocídio se cometa.
14/05/04.
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